Quem disse que a cota de 30% é para mulheres? Por Rejane Varela Tertschitsch

Por Rejane Varela Tertschitsch

Sete razões para esclarecer o eleitor.

Cotas ideológicas são para minorias. Mulheres são maioria na sociedade, no eleitorado, grau de escolaridade, nas empresas e chefes de família de acordo com IBGE, TRE e outras fontes oficiais.

Cotas para mulheres

As cotas de 70% e 30% nas candidaturas foram criadas em 2009 para aumentar a participação das mulheres que não se “interessavam” por política, por ser considerado um ambiente muito “masculino”.

Por quê a cota de 70% de mulheres na política ainda não se concretizou? A cota de gênero (na política) é uma medida crucial para promover a igualdade e a representatividade.

No entanto, apesar dos avanços, a cota de 30% para um gênero e 70% para o outro ainda não é realidade nos partidos políticos que, em sua totalidade, sempre acabam com 70% de homens candidatos, e poderia muito bem ser o contrário.
Este artigo explora algumas razões que ainda impedem essa conquista.

  • Histórico das Cotas de Gênero na Política:

As cotas de gênero na política foram introduzidas como uma maneira de superar a sub-representação das mulheres em cargos eletivos. O objetivo é garantir que os órgãos legislativos e executivos reflitam a diversidade da população. Países ao redor do mundo implementaram várias formas de cotas, desde cotas de assentos até requisitos de candidaturas.

  • Desafios na Implementação das Cotas de Gênero:

Muitas sociedades ainda têm estruturas profundamente enraizadas de desigualdade de gênero. Isso se reflete na resistência a mudanças nas normas sociais e expectativas de papéis de gênero. A ideia de mulheres ocupando a maioria dos cargos políticos pode ser vista como uma ameaça às normas tradicionais.

  • Estereótipos e Preconceitos:

A imagem da liderança política muitas vezes está associada a qualidades consideradas “masculinas”, como assertividade e firmeza. Isso pode levar à desconfiança em relação às capacidades de liderança das mulheres, dificultando suas chances de serem eleitas ou nomeadas para cargos políticos de alto escalão.

  • Falta de Apoio Partidário:

Os partidos políticos desempenham um papel crucial na indicação de candidatos. Quando as estruturas partidárias são dominadas por homens, as mulheres enfrentam barreiras significativas para obter o apoio necessário para suas campanhas.

  • Falta de Recursos:

As campanhas políticas exigem financiamento substancial, e as mulheres muitas vezes têm acesso limitado a redes de financiamento e recursos. Isso pode colocá-las em desvantagem em relação aos candidatos masculinos, que geralmente têm mais acesso a financiadores e doadores.

  • Avanços e obstáculos futuros:

Apesar dos desafios, é importante reconhecer os avanços significativos. Muitos países têm visto um aumento no número de mulheres ocupando cargos políticos, em parte devido às cotas de gênero. No entanto, para alcançar os 70% de mulheres na política, são necessários esforços contínuos. Educação e Conscientização. É fundamental continuar educando a sociedade sobre a importância da igualdade de gênero na política. Isso envolve desafiar estereótipos e promover modelos positivos de liderança feminina.

  • Capacidade econômica:

Investir em programas que capacitem as mulheres economicamente pode ajudar a nivelar o campo de jogo. Isso inclui acesso a financiamento para campanhas políticas e suporte para o desenvolvimento de habilidades de liderança.

Reformas

Garantir que as estruturas políticas sejam inclusivas e transparentes é fundamental. Isso pode envolver medidas para garantir que os partidos políticos adotem processos de seleção de candidatos mais equitativos e transparentes.

O Engajamento Cívico é crucial para aumentar os quadros femininos

Incentivar as mulheres a se envolverem na política desde cedo, seja por meio de programas educacionais ou organizações da sociedade civil, pode ajudar a construir uma base sólida para futuras líderes políticas.

Em última análise, alcançar os 70% de mulheres na política requer um esforço coletivo. É uma jornada que exige mudanças estruturais, culturais e sociais significativas. No entanto, os benefícios de uma representação política verdadeiramente inclusiva e diversa são inegáveis, trazendo perspectivas únicas, soluções inovadoras e uma democracia mais forte e representativa para todos.

A jornada rumo à igualdade de gênero na política é contínua, mas cada passo em direção a esse objetivo nos aproxima de uma sociedade mais justa e equitativa para todos os seus membros.

As cotas de gênero são apenas o começo – mulheres que não apoiam a equidade nas vagas, deixam claro que estão nos cargos a serviço dos homens e pouco se importam em criar novas lideranças femininas – equidade é o compromisso contínuo com a igualdade que levará à realização plena da representatividade na política.


Rejane Varela da Gama d’ Eça Tertschitsch é mestre em saúde pública e consultora política.

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