Entre as 7 tendências do SPFW, a maior não está na roupa

Marcelo Soubhia

Alessandra Berriel desfila para André Lima no SPFW N57

O São Paulo Fashion Week acaba de apresentar as apostas da moda nacional para a próxima estação. A maior delas, quem diria, não estava nas roupas, e sim no casting: acompanhando uma movimentação que também venho observando nos desfiles internacionais, essa temporada foi marcada pela presença de modelos mais maduras nas passarelas. “

Estamos falando de mulheres mais velhas, defensoras de uma elegância que as gerações que estão chegando agora ainda estão construindo”, opina André Lima. Para seu aplaudido retorno ao line-up, o estilista escalou modelos que ultrapassam os 50 anos, como Alessandra Berriel, ao lado de jovens “new faces” que são promessas da indústria, e que vinham de diversos lugares do Brasil – do Acre ao extremo Sul. “Para mim, tecido não vê idade e nem gênero”, explica, “entendo esse movimento como uma maneira dessas mulheres se verem representadas”. Que bom que foram!

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A seguir, o que mais chamou a atenção na última edição da SPFW:

A COR: o off-white amanteigado

Nem branco, nem manteiga: um tom específico de off-white com uma única gota de amarelo pastel tingiu alguns dos looks mais bonitos que cruzaram as passarelas do SPFW, “aquecendo” cromaticamente o look all-white já conhecido nas coleções de verão. Quem apostou: Aluf e André Lima.

O EFEITO: é o degradê de terrosos

Os tons neutros encontrados em matérias-primas naturais guiam a cartela de cores mas, nesta temporada, vão além: explorando técnicas distintas, os terrosos surgem desta vez em efeito degradê. Quem apostou: André Lima, Thear, Marina Bitu.

O BRILHO: é precioso

A tradição manual brasileira está sempre presente em bordados que enfeitam os looks, doando a eles dose extra de luminosidade. Nesta temporada, no entanto, o brilho não é decorativista, mas aparece na escolha dos tecidos: acetinados. Quem apostou: Catarina Mina, Dendezeiro, Igor Dadona e Walério Araújo.

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A TEXTURA: vem nas franjas e redes

De um lado, as franjas. De outro, as superfícies que remetem à redes. Construídos a partir de materiais que vão das fibras naturais ao couro, ambos os recursos técnicos foram usados para deixar ainda mais interessantes as composições em movimento. Quem apostou: Patricia Viera, Lilly Sarti, André Lima, Marina Bitu, Catarina Mina e Mauricio Duarte.

O DENIM: é tudo menos tradicional

Se os últimos desfiles internacionais deixaram claro que o jeans clássico é parte do guarda-roupas da nova estação, em solo nacional coube a cada criador incorporar o material à sua maneira, seja apostando na modelagem de corset ou explorando volumes. Quem apostou: Az Marias, LED, Lilly Sarti e Weider Silverio.

A ALFAIATARIA: foi desconstruída

Após algumas temporadas, nacionais e internacionais, em que o conjunto tradicional de paletó com calça orientou a presença da alfaiataria nas passarelas, uma bem-vinda desconstrução chega para dar novo fôlego ao estilo, com porções de pele à mostra e sobreposições na cintura. Quem apostou: Gloria Coelho.

Donata Meirelles é Consultora de estilo, atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle

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