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Você já deve ter entrado em um Airbus A220. De porte médio, ele é um dos queridinhos da aviação comercial para voos entre 100 e 150 assentos e longo alcance. Mas andar em sua versão remodelada para jato, o ACJ TwoTwenty, é uma experiência totalmente diferente.
Aposta da fabricante europeia para dominar o setor executivo, o modelo fez seu primeiro pouso em solo nacional na segunda-feira (2), para participar da feira de aviação executiva Catarina Aviation Show, no interior de São Paulo.
A razão de sua vinda não é outra senão o grande potencial de compra do mercado brasileiro. Hoje, o Brasil é detentor da segunda maior frota de jatos privados no mundo, segundo análise da Airbus Corporate Jets (ACJ). São 1.030 aeronaves em operação, com uma idade média da frota nacional de 18,4 anos – daí também a aposta na renovação entre clientes que já possuem uma aeronave particular.
O jatinho por fora: ele chega a 860 km/h
O trabalho da Airbus agora é de gerar awareness. “Essa aeronave é nova, e é justamente por isso que estamos fazendo esse trabalho de divulgação — para mostrar ao público que ela é uma opção extremamente conveniente. Estamos falando de um preço semelhante ao de outros modelos da categoria, mas com custos operacionais mais baixos”, afirmou o diretor de marketing da ACJ, Pablo Sanchez Marchant, à Forbes. “Como o ACJ TwoTwenty é baseado em uma aeronave comercial, muitos operadores já sabem como lidar com ele: quando o primeiro modelo foi entregue, em 2023, o programa como um todo já acumulava um milhão de horas de voo”.
A aeronave remodelada para o mercado executivo abriu “um mercado completamente novo” para a Airbus, segundo o executivo. “Antes, atuávamos basicamente no segmento de jatos derivados de aviões comerciais. Agora, estamos competindo diretamente com Gulfstream e Bombardier — o que não era o caso antes”.
A Forbes Brasil foi um dos poucos veículos nacionais a ter uma experiência prévia no ACJ TwoTwenty, antes do CAS. A reportagem teve a chance de entrar no segundo avião pronto e em funcionamento deste modelo no mundo, entregue em 2024. Confira a seguir como ele é por dentro.
O ACJ TwoTwenty por dentro
Pisar no ACJ TwoTwenty é entender como viajar com estilo. O espaço impressiona de imediato. O pé-direito alto, de praticamente dois metros, cria uma sensação de amplitude rara em jatos executivos. São mais de 72 m² de área útil, divididos em até seis ambientes totalmente personalizáveis, com configurações escolhidas pelo cliente a partir de um catálogo de layouts desenvolvido pela própria Airbus.
O chuveiro walk-in do ACJ TwoTwenty
Essa modularidade é um dos grandes trunfos da Airbus: o cliente escolhe, a partir de um catálogo desenvolvido sob medida, os layouts que mais se adequam à sua rotina, seja ela corporativa, familiar ou de lazer. Tudo pode ser adaptado, de cores e materiais à disposição de assentos, número de suítes, áreas de reunião ou relaxamento.
Por isso, cada aeronave é única. Na configuração exposta no Catarina Aviation Show, o jato contava com uma suíte com cama (de casal, mas pode ser king, a gosto do freguês) e chuveiro, dois banheiros, duas TVs 4K de 55 polegadas, áreas de estar, descanso e refeições. Tudo com acabamento de alto padrão. Além de espaço suficiente para armazenar tudo o que se precisa em voos de longa distância. Não por acaso, a autonomia do modelo é de 12 horas sem escalas, o que cobre rotas como São Paulo a Nova York ou Londres a Tóquio com folga.
A bordo, quase tudo pode ser controlado por tecnologia. Em cada assento (o máximo são 19), um iPhone e iPad estão disponíveis, integrados com o sistema para ajustar temperatura, iluminação e o abrir e fechar das persianas com poucos toques.
A Airbus ainda destaca o “baixo custo de manutenção” como um diferencial relevante para quem já opera jatos de grande porte e busca atualizar a frota com um modelo mais eficiente. O valor por tudo isso? Começa em uma média de US$ 80 milhões (cerca de R$ 445 milhões), mas esse valor pode subir consideravelmente conforme o nível de personalização.
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