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Salvador Dalí, que viveu entre 1904 e 1989, foi um dos artistas mais icônicos e controversos do século 20, conhecido principalmente por seu papel de destaque no movimento surrealista. Ele nasceu em Figueres, na Catalunha (Espanha), e se destacou como pintor, escultor, ilustrador, cineasta e escritor. Sua obra é marcada por imagens oníricas, simbolismo psicológico, obsessões pessoais e um estilo técnico refinado influenciado pelos mestres renascentistas.
Os interesses de Salvador Dalí pelo mundo da gastronomia estão imortalizados em uma série de livros dedicados à sua musa Gala. Em primeiro lugar, ele publicaria Les dîners de Gala em 1973 como um compêndio de todos os pratos exóticos e da imaginação transbordante que se serviam em seus opulentos jantares. Uma obra na qual também se diluem certas reflexões surrealistas sobre sua cozinha e sobre as receitas clássicas dos grandes restaurantes parisienses que o icônico duo criativo visitava, como La Tour d’Argent e Maxim’s.
A harmonização com esse livro viria à luz em 1977 com Os vinhos de Gala, a extensão líquida de seu excêntrico receituário, que fala da forma revolucionária com que o artista concebia o vinho, sob sua obsessão pela sexualidade e pelo desejo; compartilhando ao mesmo tempo sua paixão pelo dom dos deuses, com a qual explora os múltiplos mitos da uva.
O guia vitivinícola de Dalí, ao contrário de seu livro de cozinha, não conta com nenhum texto próprio, mas foi escrito pelo editor Draeger, amigo e confidente do artista. Na obra, prevalece de fato o conteúdo visual, com mais de 140 ilustrações assinadas por S.D., tratando-se em sua maioria de esboços e detalhes reimpressos de quadros anteriores.
O mestre surrealista introduz na obra uma série de métricas ecléticas com as quais agrupa diferentes vinhos do mundo por meio de categorias inovadoras e dalinianas como “vinhos da frivolidade”, “vinhos do impossível” e “vinhos da luz”.
No livro de Dalí também podemos encontrar uma das obras mais importantes de sua última fase “mística nuclear”: O sacramento da última ceia (1955), que situa a icônica cena bíblica dentro de um dodecaedro, diante de uma paisagem costeira catalã, na qual entrelaça sua devoção pelo catolicismo com suas ilusões ópticas.
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