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O chefe da Tesla, Elon Musk, disse durante uma teleconferência de resultados da empresa nesta terça-feira (22) que seu tempo à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) e sua atuação junto ao governo Trump “vai diminuir significativamente” a partir do próximo mês, assegurando aos investidores que ele se dedicará mais à Tesla. A declaração veio pouco depois de a montadora de veículos elétricos divulgar seu pior lucro trimestral em anos.
Musk afirmou aos investidores que “a partir do próximo mês, vou dedicar muito mais do meu tempo à Tesla”, observando que continuará reservando um ou dois dias por semana para assuntos governamentais “enquanto o presidente quiser que eu faça isso e enquanto for útil”.
A Tesla divulgou lucro ajustado de US$ 0,27 (R$ 1,57) por ação e receita de US$ 19,3 bilhões (R$ 111,9 bilhões) no primeiro trimestre, registrando o trimestre menos lucrativo em cinco anos. A receita automotiva da empresa caiu 20%, para US$ 14 bilhões (R$ 81,2 bilhões), o nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2021. O analista do JPMorgan, Ryan Brinkman, afirmou no mês passado: “É difícil pensar em algo análogo na história da indústria automotiva, em que uma marca perdeu tanto valor tão rapidamente.”
O bilionário também comentou brevemente as políticas tarifárias amplas do presidente Donald Trump, dizendo que continuará “defendendo tarifas mais baixas em vez de mais altas, mas isso é tudo o que posso fazer”.
Musk defendeu sua atuação no DOGE, criticando os detratores da agência e os protestos recentes contra a Tesla. Ele alegou que os manifestantes que se organizaram contra a montadora no mês passado foram pagos com “dinheiro fraudulento”.
O patrimônio líquido estimado de Musk subiu quase US$ 6 bilhões (R$ 34,8 bilhões) nesta terça-feira, chegando a US$ 361 bilhões (R$ 2,09 trilhões). Ele continua sendo, de longe, a pessoa mais rica do mundo, mesmo com uma queda de mais de US$ 100 bilhões (R$ 580 bilhões) em relação ao pico registrado em dezembro.
Relação de Musk com Trump
Musk, que doou mais de US$ 250 milhões (R$ 1,45 bilhão) para a campanha presidencial de Trump, tornou-se conselheiro sênior do ex-presidente e, em janeiro, assumiu na prática a liderança do DOGE. Desde então, a iniciativa foi responsável por cerca de 280 mil demissões — algumas delas com possibilidade de reversão — em 27 agências, incluindo os Departamentos de Educação e Agricultura, além da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Parlamentares de ambos os partidos manifestaram preocupação com o fato de os cortes terem sido realizados de maneira desorganizada.
As polêmicas envolvendo Musk chegaram até a Tesla, que reportou, no mês passado, entregas de veículos no primeiro trimestre abaixo das expectativas e tem enfrentado protestos e atos de vandalismo desde janeiro.
O analista da Wedbush, Dan Ives, afirmou em um relatório de março que o envolvimento de Musk com o governo e o tempo que passou na Casa Branca “transformaram a Tesla essencialmente em um símbolo político” — o que, segundo ele, é “ruim”. Ives, que geralmente adota uma visão otimista em relação à empresa, sugeriu que Musk deveria “se afastar um pouco” do DOGE e recomendou que o bilionário anunciasse formalmente um plano para “equilibrar” seus múltiplos papéis.
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