Soroterapia: será que método que ‘virou febre’ vale a pena?

Você já ouviu falar em soroterapia? No Brasil, esse tema vem ganhando destaque entre os famosos e se popularizando com uma explosão de vídeos nas plataformas digitais. No entanto, a dúvida que cerca essa “queridinha” das personalidades é: afinal, esse método faz bem?

Soroterapia não é para todos

Soroterapia vira febre entre os famosos – Foto: Divulgação/Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Só para se ter uma ideia, na semana passada, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo realizou inspeções em estabelecimentos que oferecem o tratamento, após celebridades como Hailey Bieber, Franciny Ehlke e Jojo Toddynho aderirem à terapia, além do deputado estadual Carlos Alexandre (PL- SE) ser internado com uma intoxicação grave, conforme relatado pelo programa “Fantástico”.

A eficácia deste tipo de terapia ainda é debatida entre os especialistas, mas é importante ressaltar que o tratamento não é recomendado para todos, especialmente em casos relacionados à beleza.

Soroterapia, para quem é?

Segundo a médica dermatologista Carla Vidal, é preferível que apenas pessoas com dificuldade de absorção de certas substâncias considerem utilizar esse método.

“A Soroterapia é um tratamento válido e sério, porém que deve ser feito com muita cautela e por profissionais altamente treinados. Ela é indicada em casos de deficiências de determinadas vitaminas e, caso precise ser realizada, o indicado é que seja feito dentro de hospitais”, diz a doutora.

Ela explica: “Um médico verdadeiramente responsável vai pedir uma série de exames ao paciente e ao detectar uma deficiência nutricional deve entender quais são as maneiras de tratar essa deficiência”, diz.

Soroterapia não deve ser usada em todos os casos

Soroterapia virou ‘moda’ na web, mas médicos fazem alerta – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Segundo a médica, na grande maioria dos casos, um cuidado maior com a alimentação já entregará ao paciente uma melhora real e significativa, outros casos podem pedir suplementação e apenas casos mais severos pedem a suplementação intravenosa.

Para a médica, quando um tratamento sério como este viraliza e vira um “tratamento desejo” corre-se um risco grande de tratar indevidamente uma deficiência nutricional ou – algo bastante grave – deixar o paciente com uma “super dosagem” de determinada vitamina.

“As pessoas acreditam que está tudo bem ter vitamina (seja ela qual for) em excesso. Um pensamento muito errado…o excesso de muitas vitaminas geram ao organismo problemas de saúde que ele não teria se estivesse com níveis normais nutricionais”, completa Carla Vidal.

“Já tive casos de pacientes com acne medicamentosa, oriunda de dois complementos de Vitamina B12 intravenosa. Casos típicos de suplementações feitas para ‘encantar’ a pessoa e que, no fim, se tornaram problemas de pele para ela”, conta a dermatologista.

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