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Forbes, a mais conceituada revista de neg\u00f3cios e economia do mundo.<\/p>\n
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O homem mais rico do varejo mundial, Jeff Bezos \u2014 fundador e presidente da Amazon \u2014 tem cultivado cuidadosamente sua rela\u00e7\u00e3o com o presidente Donald Trump. Desde a elei\u00e7\u00e3o, Bezos tem buscado proximidade, parabenizando Trump publicamente no X (antigo Twitter) e comparecendo \u00e0 sua posse, para a qual a Amazon fez uma doa\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\nPelo menos publicamente, ele tamb\u00e9m tem sido cauteloso ao comentar sobre tarifas. Em uma publica\u00e7\u00e3o no X, em mar\u00e7o, Bezos escreveu que a se\u00e7\u00e3o de opini\u00e3o do Washington Post poderia abordar \u201cos efeitos prejudiciais e distorcidos quando as tarifas s\u00e3o usadas para escolher vencedores e perdedores\u201d. Desde a noite de quarta-feira, a China e os Estados Unidos est\u00e3o em um cabo de guerra que fez o pa\u00eds asi\u00e1tico subir para 125% sobre os produtos americanos, enquanto os Estados Unidos cobra uma tarifa unificada de 145%.\u00a0<\/span><\/p>\n\nLeia tamb\u00e9m<\/h2>\n\n
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Davidson.<\/span><\/p>\nOs produtos mais impactados? Eletr\u00f4nicos, vestu\u00e1rio e itens dom\u00e9sticos \u2014 setores em que a Amazon depende fortemente da manufatura chinesa, de acordo com Wang e Jeffrey Wlodarczak, do Pivotal Research Group. O vestu\u00e1rio, que representa cerca de 10% a 15% da receita de varejo da Amazon, pode ser especialmente afetado, segundo Luria e Wlodarczak. Embora a empresa n\u00e3o divulgue a porcentagem de produtos originados fora dos EUA, os analistas consultados pela Forbes estimam que entre 40% e 70% dos produtos vendidos sejam importados \u2014 em sua maioria, da China.<\/span><\/p>\nVantagem competitiva<\/strong><\/h2>\nMas h\u00e1 um ponto positivo: a Forbes conversou com quatro analistas, dos quais tr\u00eas disseram que as tarifas \u2014 caso sejam mantidas \u2014 podem colocar a Amazon em vantagem competitiva.<\/span><\/p>\n\u201cEssa tarifa n\u00e3o \u00e9 direcionada \u00e0 Amazon. Ela \u00e9 global\u2026 o que significa que todos os concorrentes enfrentar\u00e3o exatamente a mesma press\u00e3o que a Amazon\u201d, diz Nicholas Jones, analista de pesquisa de a\u00e7\u00f5es da Citizens Capital Markets and Advisory. \u201cSe os custos subirem, \u00e9 prov\u00e1vel que voc\u00ea ainda recorra \u00e0 Amazon, porque ela entrega no dia seguinte, certo? A Amazon tem a vantagem da conveni\u00eancia.\u201d<\/span><\/p>\nAl\u00e9m disso, a Amazon est\u00e1 numa posi\u00e7\u00e3o privilegiada por ter op\u00e7\u00f5es de como responder \u00e0 situa\u00e7\u00e3o. Luria explica que h\u00e1 tr\u00eas \u201calavancas\u201d poss\u00edveis: a Amazon pode repassar o aumento de custos aos consumidores, reduzir ainda mais as margens dos fornecedores ou absorver o aumento \u2014 o que afetaria suas pr\u00f3prias margens. (Em 2024, a margem de lucro da Amazon foi de 9%.) Luria acredita que a empresa deve se apoiar principalmente nas duas primeiras alternativas, mas \u201cse a Amazon acreditar que essas tarifas talvez nem entrem em vigor ou durem pouco tempo\u201d, ela pode escolher, temporariamente, absorver os custos em algumas categorias. No entanto, quanto mais tempo as tarifas permanecerem em vigor, segundo Wang, \u201cmais prov\u00e1vel ser\u00e1 que vendedores e consumidores arquem com os custos\u201d.<\/span><\/p>\n\u201cA magnitude das tarifas \u00e9 alta, e quanto mais tempo elas permanecerem, maior a chance de que os custos sejam repassados aos consumidores\u201d, afirmou Amit Khandelwal, professor de rela\u00e7\u00f5es globais e economia da Universidade Yale, em e-mail \u00e0 Forbes. Ele acrescentou que os pre\u00e7os das importa\u00e7\u00f5es aumentaram logo ap\u00f3s a imposi\u00e7\u00e3o de tarifas durante o primeiro governo Trump.<\/span><\/p>\nA Amazon n\u00e3o respondeu ao pedido de coment\u00e1rio feito pela reportagem antes da publica\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\nQuem paga a conta?<\/h2>\n Com o tempo, \u00e0 medida que consumidores e vendedores absorvem mais os custos, a Amazon pode sair fortalecida. \u201cS\u00f3 porque est\u00e1 caro na Amazon n\u00e3o significa que ser\u00e1 mais barato no Walmart, na Target, na Best Buy ou em qualquer outro lugar\u201d, diz Jones, da Citizens. \u201cEsses produtos v\u00eam das mesmas origens.\u201d Como a Amazon tem \u201ca melhor rede log\u00edstica e maior capacidade de encontrar alternativas, deve estar relativamente melhor posicionada do que seus concorrentes\u201d, acrescenta Wlodarczak. E, de acordo com Luria, a base de clientes da Amazon \u00e9 mais diversificada do que a da maioria de seus concorrentes, o que pode beneficiar a empresa caso os impactos das tarifas afetem de forma mais intensa certos segmentos de consumidores.<\/span><\/p>\nAl\u00e9m disso, a Amazon tem um balan\u00e7o financeiro s\u00f3lido, o que pode ajud\u00e1-la a evitar arcar com a maior parte do impacto das tarifas. Isso se deve em parte \u00e0 sua lucrativa divis\u00e3o de servi\u00e7os em nuvem, a AWS, que gerou 17% das vendas l\u00edquidas da empresa, mas respondeu por 60% do lucro operacional em 2024 \u2014 e que provavelmente n\u00e3o ser\u00e1 muito afetada pelas tarifas. A Amazon fabrica alguns de seus chips de IA no Canad\u00e1 e em Israel, mas, segundo Luria, a resposta da empresa, se houver, pode ser reduzir a produ\u00e7\u00e3o desses chips e diminuir os investimentos em centros de dados \u2014 o que reduziria seus gastos de capital.<\/span><\/p>\nAs novas regulamenta\u00e7\u00f5es de Trump tamb\u00e9m podem favorecer a Amazon na competi\u00e7\u00e3o contra as empresas chinesas de pre\u00e7os ultrabaixos, como Shein e Temu. Como parte da ordem executiva que anunciou as tarifas, Trump tamb\u00e9m fechou a brecha comercial conhecida como \u201cde minimis\u201d, que permite a entrada de produtos com valor inferior a US$ 800 (R$ 4.640) nos EUA sem cobran\u00e7a de tarifas. Isso atinge mais a Shein e a Temu, cujos produtos s\u00e3o, em sua maioria, baratos \u2014 o que nem sempre \u00e9 o caso na Amazon. Al\u00e9m disso, ao contr\u00e1rio da Shein, da Temu e at\u00e9 de varejistas tradicionais como o Walmart, a Amazon n\u00e3o define nem fornece todos os seus pr\u00f3prios produtos: ela tem uma vasta rede de vendedores terceirizados usando sua plataforma. Portanto, de acordo com Wang, a Amazon tende a suportar uma parcela menor do impacto das tarifas. No entanto, ela acrescenta que concorrentes como Walmart e Target tamb\u00e9m v\u00eam investindo fortemente na nacionaliza\u00e7\u00e3o e diversifica\u00e7\u00e3o de suas cadeias de suprimentos, o que pode lhes dar vantagem em algumas categorias de produtos.<\/span><\/p>\nAinda assim, \u00e9 cedo para prever os desdobramentos \u2014 especialmente se as tarifas forem usadas mais como ferramenta de negocia\u00e7\u00e3o do que como o in\u00edcio de uma guerra comercial total, que poderia levar a uma recess\u00e3o. Nesse caso, haveria queda nos gastos dos consumidores, o que representa o maior risco para a Amazon e seus concorrentes, segundo Wlodarczak.<\/span><\/p>\nPor ora, os analistas continuam otimistas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Amazon \u2014 pelo menos quanto ao pre\u00e7o de suas a\u00e7\u00f5es. Dos 76 analistas que acompanham a empresa, 61 recomendam a compra, e nenhum rebaixou a classifica\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o ap\u00f3s o an\u00fancio das novas tarifas. \u201cA avalia\u00e7\u00e3o da empresa est\u00e1 muito atrativa\u201d, diz Luria. As tarifas \u201crepresentam mudan\u00e7as profundas na posi\u00e7\u00e3o dos EUA no cen\u00e1rio global, e n\u00e3o haveria nada que o sr. Bezos \u2014 ou o sr. Cook [CEO da Apple] ou o sr. Nadella [CEO da Microsoft] \u2014 pudessem dizer para mudar isso.\u201d E, no fim das contas, a Amazon provavelmente continuar\u00e1 firme.<\/span><\/p>\n