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Forbes, a mais conceituada revista de neg\u00f3cios e economia do mundo.<\/p>\n
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A aventura sempre foi o norte da vida de Karina Oliani<\/strong>. M\u00e9dica, jornalista e atleta, ela foi a \u00fanica brasileira a escalar o Everest<\/strong> pelos dois lados e entrou para o Guinness Book<\/strong> ao realizar a mais longa travessia em tirolesa sobre um lago de lava na Eti\u00f3pia. \u201cO significado da palavra aventura envolve o imprevisto, o ousado e o desconhecido. Tudo que fiz na minha vida est\u00e1 relacionado a isso\u201d, diz a recordista.<\/p>\nA sede de ultrapassar limites f\u00edsicos e psicol\u00f3gicos veio cedo. Com um esp\u00edrito inquieto e determinado, aos 12 anos j\u00e1 havia saltado de paraquedas e se tornado mergulhadora credenciada. \u201cSempre fui apaixonada por desafios. Quanto maiores eles eram, mais eu gostava.\u201d<\/p>\n\nLeia tamb\u00e9m<\/h2>\n\n
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Viagem ao fim do mundo: como \u00e9 fazer um cruzeiro pela Ant\u00e1rtica<\/h3>\n<\/li>\n \n\n\t\t\n\t\t\tForbesLife\t\t<\/div>\n
Ras al-Khaimah: Emirado pr\u00f3ximo a Dubai tem a maior tirolesa do mundo<\/h3>\n<\/li>\n \n\n\t\t\n\t\t\tForbesLife\t\t<\/div>\n
Gosta de aventura? Conhe\u00e7a os destinos de viagem mais in\u00f3spitos do mundo<\/h3>\n<\/li>\n<\/ul>\n<\/div>\n<\/aside>\n Aos 18, tornou-se bicampe\u00e3 brasileira de wakeboard e, aos 20, bicampe\u00e3 de snowboard. \u201cSe um esporte ficava muito f\u00e1cil, perdia a gra\u00e7a para mim. Ent\u00e3o, partia para outro.\u201d<\/p>\n
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\u201cQuando quis virar piloto, em vez de meu pai dizer \u2018mas o que voc\u00ea vai fazer com isso? \u00c9 perigoso\u2019, ele dizia \u2018beleza, vai l\u00e1, estuda e vira. Mas vira a melhor.\u2019\u201d<\/p>\n<\/div>\n
At\u00e9 o topo do Everest<\/h2>\n Essa busca incessante por desafios a levou ao montanhismo. \u201cSe eu ia escalar, queria a maior montanha\u201d, conta. Em 2013, tornou-se a brasileira mais jovem a alcan\u00e7ar o cume do Monte Everest (8.848 metros), aos 31 anos. Em 2018, Ayesha Zangaro<\/strong> quebrou o recorde ao atingir o topo aos 23. \u201cDiziam que eu n\u00e3o tinha experi\u00eancia suficiente, que nunca tinha feito uma montanha de 8 mil metros. Mas fui l\u00e1, escalei de primeira \u2013 e super bem.\u201d<\/p>\nAntes de conquistar o Everest, passou quatro meses no acampamento-base, em 2010, atuando como m\u00e9dica e investigando os desafios dos alpinistas. \u201cPesquisava por que algumas pessoas n\u00e3o conseguiam chegar ao cume e o que acontecia com elas\u201d, lembra. \u201cIsso me deu uma grande vantagem: eu n\u00e3o fazia as coisas na loucura. Era uma aventureira estudiosa e planejada.\u201d<\/p>\n
Em 2017, tornou-se a primeira mulher latino-americana a escalar o Everest pelos dois lados: a face sul e a face norte, considerada a mais t\u00e9cnica e desafiadora. \u201cAinda sou a \u00fanica brasileira que subiu o Everest pela face norte e pela face sul.\u201d Mas essa foi apenas uma de suas muitas conquistas.<\/p>\n
Karina tamb\u00e9m foi a primeira mulher brasileira a escalar o K2<\/strong> (8.611 metros), no Paquist\u00e3o, a montanha que mata um a cada quatro alpinistas que chegam ao topo.<\/p>\nAinda entrou para o Guinness Book ao realizar a mais longa travessia em tirolesa sobre um lago de lava. Suspensa a mais de 100 metros acima da cratera incandescente do vulc\u00e3o Erta Ale<\/strong>, na Eti\u00f3pia, enfrentou temperaturas de mais de 1.000 \u00b0C<\/strong>. \u201cDiziam que eu estava louca, mas eu explico: n\u00e3o fa\u00e7o essas coisas para morrer. Amo a minha vida.\u201d<\/p>\n<\/p>\n
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Karina Oliani usou uma roupa t\u00e9rmica especial, que protegia do calor extremo e das cinzas no ar, para realizar a travessia em tirolesa pelo lago de lava na Eti\u00f3pia<\/p>\n<\/div>\n
\n\u201cSinto as mesmas coisas que todo mundo; d\u00e1 medo e frio na barriga. A diferen\u00e7a \u00e9 que, na hora que conquisto, sempre quero mais.\u201d<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\nEntre o risco e a supera\u00e7\u00e3o<\/h2>\n Em meio aos desafios, o risco de morte esteve presente em diversas fases da carreira de Karina. Um dos momentos mais cr\u00edticos aconteceu quando tinha 18 anos, durante um treino para o campeonato brasileiro de wakeboard. Estava em uma cama el\u00e1stica com a prancha nos p\u00e9s, treinando um mortal de costas. \u201cO galho da \u00e1rvore que segurava a manete quebrou, e eu aterrissei de pesco\u00e7o no ch\u00e3o\u201d, lembra. \u201cPerdi todo o movimento e a sensibilidade do pesco\u00e7o para baixo.\u201d<\/p>\n
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Karina Oliani praticando wakeboard<\/p>\n<\/div>\n
O diagn\u00f3stico foi um choque medular<\/strong> \u2013 um impacto t\u00e3o grande no sistema nervoso central que faz o c\u00e9rebro desligar os movimentos do corpo como medida de prote\u00e7\u00e3o. \u201cNo hospital, ainda sem saber se voltaria a andar, fiz uma promessa: se voltasse, dedicaria minha vida a ajudar os outros.\u201d<\/p>\nDepois de passar quase um dia inteiro no hospital, os movimentos foram voltando. \u201cQuando o m\u00e9dico enfiou uma agulha no meu p\u00e9 e eu gritei de dor, o hospital inteiro comemorou.\u201d<\/p>\n
Foram seis meses de repouso absoluto e tr\u00eas meses usando colar cervical, sem poder remov\u00ea-lo. A recupera\u00e7\u00e3o completa marcou um ponto de virada. \u201cFoi nesse momento que decidi que faria medicina.\u201d<\/p>\n
Medicina para o mundo todo<\/h2>\n Entrou na Faculdade de Medicina do ABC em 2002, aos 19 anos. Formada em 2007, Karina especializou-se em medicina de urg\u00eancia, expedi\u00e7\u00f5es e \u00e1reas remotas. Foi a primeira m\u00e9dica latino-americana a completar um fellowship<\/em> na Wilderness Medical Society<\/strong> (Sociedade de Medicina em \u00c1reas Remotas, em portugu\u00eas) e fundou a ABMAR<\/strong> (Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Medicina de \u00c1reas Remotas e Esportes de Aventura). \u201cEstudei medicina aeroespacial, de guerra, de selva, de mergulho, de alta montanha. Tudo que envolvia situa\u00e7\u00f5es extremas.\u201d<\/p>\nTamb\u00e9m co-fundou o Instituto Dharma<\/strong>, que leva atendimento m\u00e9dico a comunidades carentes e in\u00f3spitas pelo mundo. Desde 2015, o projeto j\u00e1 passou por oito pa\u00edses, reuniu 440<\/strong> volunt\u00e1rios e realizou mais de 22 mil<\/strong> atendimentos. \u201cJ\u00e1 vivi muitas fases da medicina, mas hoje fa\u00e7o a que realmente amo: atender quem mais precisa, sem cobrar nada por isso.\u201d<\/p>\n\n\n
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Uma publica\u00e7\u00e3o compartilhada por Karina Oliani (@karinaoliani)<\/p>\n<\/div>\n<\/blockquote>\n
Das montanhas para as telas<\/h2>\n Al\u00e9m da medicina e dos esportes, Karina levou suas aventuras para a televis\u00e3o. Sem forma\u00e7\u00e3o acad\u00eamica na \u00e1rea, come\u00e7ou a trabalhar como jornalista para grandes emissoras e canais, como Record<\/strong>, Globo<\/strong>, Discovery Channel<\/strong>, Multishow<\/strong>, Canal OFF<\/strong> e Facebook Watch<\/strong>. \u201cAprendi estudando e trocando experi\u00eancias com profissionais do meio.\u201d<\/p>\nMais tarde, fundou sua pr\u00f3pria produtora, a Pitaya Filmes<\/strong>, respons\u00e1vel por conte\u00fados do Canal OFF e reportagens para programas da Globo, como \u201cFant\u00e1stico\u201d e \u201cEsporte Espetacular\u201d. \u201cNessas produ\u00e7\u00f5es, al\u00e9m das paisagens in\u00f3spitas, mostro novos esportes que surgem \u2013 e que eu mesma adoro aprender.\u201d<\/p>\nRompendo barreiras<\/h2>\n Para al\u00e9m dos desafios f\u00edsicos, Karina teve que enfrentar outro tipo de barreira. A recordista ouviu muitos n\u00e3os, mas decidiu provar sua capacidade por meio de a\u00e7\u00f5es. \u201cN\u00e3o precisava dizer que era forte. Eu mostrava. Foi assim que fui conquistando respeito pouco a pouco.\u201d<\/p>\n
\n\u201cNunca me limitei por ser mulher. Pelo contr\u00e1rio, sabia que as mulheres s\u00e3o muito fortes. Temos uma for\u00e7a mental muito grande.\u201d<\/em><\/p>\n<\/blockquote>\nAgora, aos 42 anos, enfrenta um novo obst\u00e1culo. \u201cJ\u00e1 ouvi que mulher aventureira, m\u00e3e e com mais de 40 anos n\u00e3o tem mais espa\u00e7o na TV. Mas sigo ultrapassando essas barreiras.\u201d<\/p>\n
A maior aventura: a maternidade<\/h2>\n M\u00e3e de Kora<\/strong>, de tr\u00eas anos, Karina encara a maternidade como seu maior desafio \u2013 e tamb\u00e9m orgulho. \u201cPor incr\u00edvel que pare\u00e7a, acho que n\u00e3o tem nada mais significativo, impactante, intenso e completo do que trazer e formar uma nova consci\u00eancia para este mundo.\u201d<\/p>\nJ\u00e1 levou a filha para aventuras em mais de dez pa\u00edses e pretende dar a ela uma educa\u00e7\u00e3o diferente. \u201cAntes de matem\u00e1tica e f\u00edsica, quero que minha filha aprenda a meditar. Controlar a mente \u00e9 essencial, n\u00e3o importa a idade.\u201d<\/p>\n
Pela frente, a recordista quer continuar desafiando os limites. \u201cEste ano, tenho uma meta ambiciosa: conquistar quatro recordes in\u00e9ditos, cada um em um elemento da natureza \u2013 ar, terra, selva e \u00e1gua.\u201d<\/p>\n
Depois de tantos epis\u00f3dios de supera\u00e7\u00e3o, a motiva\u00e7\u00e3o vem das mensagens que recebe de pessoas que a consideram uma inspira\u00e7\u00e3o para perseguirem seus pr\u00f3prios sonhos. \u201cA minha hist\u00f3ria \u00e9 s\u00f3 uma ferramenta para que as pessoas se inspirem e percebam que tamb\u00e9m conseguem fazer o que quiserem.\u201d<\/p>\n