Taxa de Desemprego Sobe a 6,5% no Trimestre até Janeiro

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O número de pessoas sem emprego aumentou nos três meses até janeiro e a taxa de desemprego brasileira subiu a 6,5% no período, em um mercado de trabalho ainda saudável mas que deve acompanhar a desaceleração esperada na economia.

A leitura do desemprego divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,6%, mas mostrou alta em relação ao trimestre imediatamente anterior, até outubro, quando a taxa foi de 6,2%.

“A variação de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019”, destacou William Kratochwill, analista da pesquisa.

No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego estava em 7,6%. A taxa vem registrando aumentos desde que atingiu o menor nível da série histórica no trimestre de setembro a novembro (6,1%), embora o resultado divulgado nesta quinta-feira tenha efeito sazonal.

“O resultado de agora está dentro do esperado, no primeiro trimestre sempre há um aumento da desocupação por conta de desligamentos temporários de pessoa contratadas só para trabalhar nas festas do fim do ano”, disse Kratochwill, complementando: “não representa uma mudança de trajetória do mercado de trabalho, que teve um excelente ano em 2024.”

O mercado de trabalho vem se mostrando aquecido com a taxa de desemprego em patamares baixos e renda em alta, mas pode começar a dar sinais de desaceleração juntamente com a economia em meio ao impacto da política monetária restritiva sobre a demanda.

A inflação elevada vem mantendo o Banco Central em trajetória de aperto monetário, tendo elevado a taxa básica de juros a 13,25% e indicando nova alta de 1 ponto percentual na próxima reunião, em março.

Nos três meses até janeiro, o número de desempregados subiu 5,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior, chegando a 7,204 milhões de pessoas. Mas na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 13,1%

Já o total de ocupados caiu 0,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, indo a 102,969 milhões. Na comparação com os três meses até janeiro de 2024, o total de ocupados aumentou 2,4%.

A redução na ocupação na base trimestral foi liderada por Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (menos 469 mil pessoas) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (menos 170 mil pessoas).

“A leitura qualitativa do indicador sugere que o mercado de trabalho continua robusto, embora sinais de deterioração na composição já comecem a surgir”, disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.

“Para os próximos meses, esperamos uma desaceleração gradual, especialmente a partir do segundo trimestre. Ainda assim, o mercado de trabalho deve permanecer aquecido e pressionando a inflação por um período prolongado.”

A taxa de informalidade — proporção de trabalhadores informais na população ocupada — foi de 38,3% no trimestre até janeiro, o equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice mostrou queda tanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior quanto com o mesmo trimestre de 2024, quando eram respectivamente de 38,9% e 39,0%.

De acordo com o IBGE, essa queda na informalidade é resultado da redução do número de trabalhadores sem carteira assinada e de uma certa estabilidade do número de trabalhadores por conta própria.

Os trabalhadores que não tinham carteira assinada no setor privado caíram 3,8% ante o trimestre até outubro, enquanto os que tinham carteira assinada aumentaram 0,8%. Já os que trabalhavam por conta própria cresceram 0,5%.

Nos três meses até janeiro, a renda de todos os trabalhos aumentou 1,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior, chegando a R$3.343,00.

Os dados do IBGE foram divulgados depois de o Ministério do Trabalho ter informado na véspera a abertura de 137.303 vagas formais de trabalho em janeiro, quase três vezes mais do que o esperado pelo mercado, após um dezembro de fechamento recorde de postos.

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