Senador de SC tem WhatsApp clonado em golpe virtual; quadrilha é presa

O senador de Santa Catarina Esperidião Amin (PP) está entre as vítimas de um grupo criminoso suspeito de clonar WhatsApp de parlamentares do Congresso para aplicar golpes virtuais. A prática do crime fez a PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) cumprir oito mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (27) para identificar os membros da organização criminosa.

Esperidião Amin (PP-SC) teve rede social clonada por criminosos para aplicação de golpes – Foto: Instagram/Reprodução/ND

Os mandados desta terça-feira foram cumpridos em Timon, no Maranhão e em Teresina, no estado do Piauí.

‘Como vai nosso município?’ Como golpe acontecia

A investigação, que resultou na operação “Alto Escalão 2”, iniciou em junho de 2023 após denúncia feita pelos senadores petistas Humberto Costa (PE) e Paulo Paim (RS) que apontava para o uso das mesmas fotos dos perfis deles no WhatsApp para a aplicação de golpes.

Segundo a PCDF, as investigações descobriram que os criminosos contatavam as vítimas informando sobre a possibilidade de uma doação. Em seguida, o grupo pedia que as vítimas fizessem depósitos bancários em nome do motorista do caminhão responsável pelo carregamento dos produtos que supostamente seriam doados diretamente na região da vítima. Tudo era falso, segundo a polícia.

“Eles criaram um perfil falso usando a foto do senador [Esperidião Amin] e contataram diversos vereadores e prefeitos da base política dele de Santa Catarina, oferecendo cestas básicas de ONGs ligadas ao senador. Essa conversa era mentirosa e, por sorte, nenhuma das vítimas contatadas caiu no golpe e efetuou o pagamento”, detalha o delegado João de Ataliba Nogueira Neto.

Golpistas entravam em contato com as vítimas se passando por senador catarinense e outros políticos do ‘Alto Escalão’ – Foto: Reprodução/ND

“Eles ofereciam as cestas básicas, mas para o parlamentar receber as doações teria que pagar o frete da entrega do caminhão. Eles indicavam o nome do motorista e o contato para o Pix”, completou.

Além dos senadores Esperidião Amin, Humberto Costa e Paulo Paim, outros 14 políticos também foram vítimas do grupo de estelionatários.

“Pelos valores que eles estão recebendo, acreditamos que não é nem por esse golpe, eles devem praticar outros tipos de fraude.”

Mentor do golpe ostentava luxo

Os investigados, um homem, de 26 anos, e quatro mulheres, de 22, 25, 41 e 43 anos, são apontados pela polícia como os autores responsáveis por entrar em contato com as vítimas com os perfis clonados.

Segundo o delegado, o mentor do grupo criminoso leva uma “vida de luxo nas redes sociais”, ostentando os ganhos obtidos a partir dos golpes.

Após a identificação, os autores serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, falsa identidade e estelionato. As penas somadas podem chegar a 9 anos de prisão.

Veja os políticos que tiveram nome utilizado pelos criminosos nos golpes

Senadores:

  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Paulo Paim (PT-RS)
  • Teresa Leitão (PT-PE)
  • Ana Paula Lobato (PSB-MA)
  • Carlos Viana (Podemos-MG)
  • Soraya Thronicke (União-MS)
  • Marcio Bittar (União-AC)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)
  • Marcelo Castro (MDB-PI)
  • Vanderlan Cardoso (PSD-GO)

Deputados:

  • André Janones (Avante-MG)
  • Rogério Corrêa (PT-MG)
  • Natalia Bonavides (PT-RN)
  • Diego Andrade (PSD-MG)

Prefeitos:

  • Amazan Silva – Jardim do Seridó (RN)
  • Paulo Roberto Leite de Arruda – Vitória de Santo Antão (PE)
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