Especialista comenta medidas para se proteger de golpes na internet

Atualmente, o Brasil é o segundo país no mundo em que há mais vítimas de golpes cibernéticos; no Dia Mundial do Consumidor, especialista comenta medidas de proteção

Thiago Coutinho
Da redação

Estimativas da Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado apontam que 24% dos brasileiros foram vítimas de golpes digitais em 2024 / Foto: freepik.com

Neste sábado, 15, é celebrado o Dia Mundial do Consumidor. A data remete a um discurso do ex-presidente estadunidense John Kennedy que, em 15 de março de 1962, ressaltou que quaisquer consumidores têm direito à segurança, à informação, à escolha e ao direito de ser ouvido.

A relação do consumidor com o que é consumido, no entanto, mudou drasticamente desde o célebre discurso de John Kennedy. Atualmente, o dinheiro físico teve seu alcance levado às raias do inimaginável com o advento da Internet. Isso, por outro lado, trouxe outras preocupações. O Brasil, por exemplo, é o segundo país com mais ataques cibernéticos no mundo. Em um período de 12 meses, foram registrados mais de 700 milhões de ataques cibernéticos no país, totalizando 1.379 por minuto, segundo estimativas da entidade Panorama de Ameaças para a América Latina 2024.

A maior parte desses golpes em ambiente virtual envolvem clonagem de cartão, fraude na internet e invasão de contas bancárias. Existem algumas maneiras de proteger desses golpes. Segundo Cintia Medrado de Aguiar, diretora do Procon de Cruzeiro (SP), órgão de defesa do consumidor, é preciso manter senhas armazenadas em locais seguros. E tomar muito cuidado com as redes sociais.

“As redes sociais, juntamente com o WhatsApp, são meio pelos quais os hackers [quem invade sistemas ou computadores para acessar informações confidenciais] costumam enviar links sobre sua conta bancária, sobre alguma informação de INSS, alguma informação de governo. São informações falsas em que as pessoas entram e caem nos golpes, fornecendo seus dados”, explica Cíntia. “E por fim, banco nunca liga para consumidor ou pede link, senha pelo telefone ou o número do WhatsApp. Então, desconfie e não caia nesses golpes”, alerta.

Idosos são vítimas mais comuns

Somente em 2024, segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, foram feitas 21 mil denúncias de violações contra idosos envolvendo golpes financeiros — muitos deles pela internet.

“Os idosos são frequentemente atacados por golpistas e fraudadores. Primeiro porque os idosos são ingênuos”, afirma a diretora do Procon. “Além disso, os idosos não têm o conhecimento da tecnologia e não sabem das artimanhas dos golpistas e fraudadores”.

Para Cíntia, é importante que familiares e as pessoas responsáveis por esses idosos fiquem atentos a possíveis movimentações atípicas nas contas bancárias. “Devem fiscalizar o benefício do INSS para perceber há alguma retirada de dinheiro estranha, algum depósito de dinheiro incomum, e orientar seus idosos para que não atendam telefone de banco, venda de alguma coisa, tampouco forneçam seus dados pessoais no telefone. Ou no WhatsApp”, pontua.

Inteligência Artificial

A popularização do uso da Inteligência Artificial trouxe possibilidade impensáveis. Mas, também, novos problemas. Recentemente, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou milhares de anúncios em redes sociais que lançavam mão da IA para propagar golpes e desinformação.

“As autoridades têm um papel crucial na proteção contra os golpes cibernéticos, especialmente com relação à inteligência artificial”, pondera Cíntia. “O governo poderia promover uma ampla conscientização da população sobre a inteligência artificial, sobre os golpes promovidos, em razão dessa técnica, bem como fazer legislações mais rígidas e, por fim, trabalhar na investigação por parte da Polícia Federal e do Banco Central, visando apurar esses crimes cibernéticos”, sugere.

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