Audiovisual e economia criativa: o papel das políticas públicas no fortalecimento do cinema em Santa Catarina. Por Gustavo Zinder

Gustavo Zinder escreve artigo sobre o audiovisual, e o que chamou de “uma indústria estratégica” que pode contribuir para a economia e a cultura de Santa Catarina.

A recente repercussão do filme Ainda Estou Aqui reacendeu debates sobre o potencial do audiovisual brasileiro.

A recente repercussão do filme Ainda Estou Aqui reacendeu debates sobre o potencial do audiovisual brasileiro e sua importância como indústria dentro da economia criativa. No Brasil, o setor movimenta cerca de R$ 25 bilhões por ano e gera mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados da Ancine. No entanto, para que Santa Catarina conquiste um espaço relevante nesse cenário, é fundamental a implementação de políticas públicas eficazes e a valorização do setor como motor de desenvolvimento econômico e cultural.

O audiovisual não é apenas arte: é uma indústria estratégica, capaz de impulsionar turismo, gerar renda e fortalecer a identidade cultural local. Experiências bem-sucedidas em outras regiões do Brasil e do mundo comprovam esse potencial. Estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, por exemplo, investiram na criação de Film Commissions, órgãos responsáveis por facilitar produções cinematográficas, atrair investimentos e gerar emprego e renda para a população. Santa Catarina poderia seguir esse caminho, oferecendo incentivos e infraestrutura para fortalecer sua posição no setor.

Além disso, é essencial aproveitar o atual momento de valorização do cinema nacional para consolidar Santa Catarina como um polo audiovisual. O sucesso de Ainda Estou Aqui cria um ambiente favorável para que produtores e cineastas locais reivindiquem maior apoio e investimentos no setor. Se não houver um esforço coordenado entre governo, iniciativa privada e sociedade civil, a oportunidade de crescimento pode ser desperdiçada.

Para transformar o audiovisual catarinense em um eixo forte da economia criativa, é preciso mais do que talento e boas histórias. É necessário planejamento, incentivos fiscais, editais robustos e uma estrutura que facilite a produção e distribuição dos conteúdos locais. A cultura audiovisual pode e deve ser vista como um ativo econômico estratégico, capaz de projetar Santa Catarina para além de suas fronteiras e consolidá-la no mapa do cinema nacional.


Gustavo Zinder é diretor e roteirista.

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