Suzano Não Teme Tarifas Americanas e Segue Focada em Desalavancagem

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Maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e potência exportadora, a Suzano viu o seu resultado financeiro de 2024 ser fortemente impactado pela valorização do dólar ante o real, paradas programadas e um montante maior voltado para despesas gerais e administrativas — parte delas ligadas ao início das operações da maior linha de produção de celulose do mundo em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul. Agora, o foco segue sendo na redução do endividamento da companhia, após anos de grande volume de investimentos na nova planta. 

No acumulado do ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 7 bilhões em 2024, revertendo o lucro de R$ 14,1 bilhões de 2023. Nos últimos três meses do ano, o prejuízo foi de R$ 6,7 bilhões, contra um lucro de R$ 4,5 bilhões no mesmo período de 2023. O número ficou acima das expectativas de R$ 4,9 bilhões da LSEG. “O nome do jogo foi uma execução perfeita”, disse Beto Abreu, CEO da Suzano, em teleconferência com jornalistas. 

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Em comunicado à imprensa, a companhia afirmou que a perda foi ocasionada por impacto contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira, com eventual efeito caixa somente nos vencimentos futuros.

Para os analistas do Bank of America, a linha mais forte do balanço foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 6,5 bilhões, uma alta de 43,9% no comparativo anual. “O resultado acima das nossas estimativas se deve principalmente ao melhor desempenho da celulose, superando as expectativas em volumes, preços e custos, compensando os resultados mais fracos do papel”, apontou o banco americano. 

A alta da receita líquida foi de 37% no comparativo anual, seguindo o crescimento de 19% nas vendas de celulose e 11% nas de papel. Dos R$ 14,77 bilhões de receita líquida anotados no trimestre passado, 81% foi gerado no mercado externo — alta frente aos 77% do ano anterior, com um crescimento acelerado de volume para a Ásia e América do Norte . Mas nem por isso a empresa se mostra preocupada com a ofensiva protecionista de Donald Trump. 

Segundo Marcos Assumpção, CFO da Suzano, os movimentos do novo governo não mudam a estratégia da companhia com relação a alocação de capital no país — em junho, a empresa anunciou a aquisição da fábrica Pine Bluff da Pactiv Evergreen, no Arkansas, por US$ 110 milhões. 

“Quando olhamos alocação de capital, olhamos no longo prazo. Ainda vemos o mercado dos Estados Unidos como de crescimento robusto. No lado do papel, é um mercado bem concentrado entre os principais players e mais protegido contra importações. Isso não muda a atratividade do mercado para nós”, explica. 

Com relação às tarifas, o executivo aponta que a celulose nunca foi taxada, apenas o papel. “Não há incentivos para novas plantas [de celulose] nos últimos anos. Então, não parece fazer sentido econômico colocar tarifas”, conclui. 

Questionados sobre a possibilidade de seguir expandindo, os executivos afirmaram não considerar nenhuma operação “transformacional” neste momento que possa impactar o plano de desalavancagem da companhia. 

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