Rádio sempre se reinventou e ainda tem relevância, diz radialista

Data criada pela Unesco em 2011 homenageia a primeira transmissão realizada em 1946; o veículo segue sendo um dos mais utilizados pelo Brasil, segundo pesquisa do Ibope

Thiago Coutinho
Da redação

Foto: Larissa Ferreira

Nesta quinta-feira, 13, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) celebra o Dia Mundial do Rádio, data instituída em 2011 para homenagear aquela que foi a primeira transmissão radiofônica realizada pela rádio das Nações Unidas em 1946. A Comunidade Canção Nova, por sua vez, tem sua origem intrinsicamente ligada ao rádio.

Este ano, a Rádio Canção Nova chega a seus 45 anos de existência. Adquirida em abril de 1980, foi inaugurada pelo então fundador da Comunidade, Padre Jonas Abib. O crescimento da Comunidade é inerente à fundação da Rádio. Desde então, o avanço das tecnologias e o processo de evangelização por meio das ondas do rádio se misturaram na Canção Nova.

Um dado importante: segundo uma pesquisa de 2023 do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 80% dos brasileiros ainda têm o rádio como principal veículo de comunicação — e isso num mundo cada dia mais conectado à internet.

“A internet realmente transformou a maneira como nos comunicamos e acessamos informações. E o rádio sempre teve que se reinventar, primeiro quando surgiu a televisão e agora com a internet, mas graças a Deus ele ainda tem muita relevância. O rádio não morreu e na minha opinião está longe de morrer”, afirma Patrícia Cabral, diretora artística da Rádio Canção Nova.

Patrícia Cabral nos estúdios da Rádio Canção Nova / Foto: Bruno Marques

O fato é que o rádio, enquanto veículo de comunicação, conseguiu se apropriar de diversas vertentes própria da rede mundial de computadores e incorporá-las em seu funcionamento. “Pela internet ouço a rádio que eu desejo; a interatividade — hoje a resposta do ouvinte não é apenas passiva, o ouvinte participa da notícia, da informação, acrescenta conteúdo, a conexão com o programa se tornou mais rápida; outro ponto é a facilidade de produção de conteúdo, pois tenho uma variedade maior de pesquisa”, observa Patrícia.

Mas, e o que Patrícia pensa sobre evangelizar por meio das ondas do rádio? “É maravilhoso poder comunicar Jesus”, afirma. “A experiência que faço com o amor de Dele pelo rádio é muito gratificante. É um privilégio evangelizar por meio do rádio, pois não é uma comunicação fria, é uma troca de experiência”, acrescenta.

Proximidade

Para o jornalista José Eduardo Santos, que chegou à Comunidade Canção Nova em 1989, mas se envolveu com a Rádio dez anos depois, o rádio consegue levar paixão e proximidade àquilo que acontece. “Tive a oportunidade de cobrir uma tragédia, a morte do prefeito de Campinas. Ali, naquele momento, tive a chance de levar a emoção do povo. E é isso: traduzir e levar o que acontece às pessoas. Atribuo isso à longevidade do rádio”, recorda.

Essa proximidade com o ouvinte é uma característica forte de quem trabalha no rádio. Patrícia se recorda que em um breve momento questionou sua atuação como radialista. Foi então que a resposta chegou da maneira mais inesperada. “Uma pessoa me abordou e disse que passava por um momento de depressão”, lembra-se Patrícia. “Por acaso havia mudado a faixa do rádio e chegou à Canção Nova e escutou o programa que fazia, o ‘Conexão Canção Nova’. Ela havia me dito que foi curada da depressão ouvindo o programa e com a alegria que passava com meu sorriso. Deus falou comigo por este testemunho e comecei a assumir a alegria na minha maneira de comunicar. Como é rico ver que Deus se utiliza de tudo na evangelização”.

A vantagem do rádio

O rádio é um dispositivo que permite ser ouvido em qualquer lugar: em casa, no carro, no trabalho. Talvez este seja uma de suas principais características por continuar sendo tão utilizado pelos brasileiros. “Creio que a principal vantagem do rádio ainda é acessibilidade”, reforça Patrícia. “O rádio é o companheiro da pessoa em qualquer lugar e, por ter um programação em sua maioria ao vivo, gera vínculo com as pessoas, que podem se conectar emocionalmente com as vozes familiares que acompanham todos os dias”, analisa.

A tecnologia inclusive potencializou o rádio — e a Canção Nova também se apropriou disso. Segundo Patrícia, muita gente consegue seguir a programação da Canção Nova fora do país. “Hoje temos a rádio no CN Plus. Lá você pode ouvir a qualquer hora e em qualquer lugar na palma das mãos. E ainda temos o streaming de áudio, que permitem que as rádios sejam ouvidas nessas plataformas”, finaliza.

A seguir, confira dados de uma pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) com alguns dados sobre a presença do rádio no Brasil.

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