Ser professor

Começou mais um ano letivo, em nossas escolas. Normalmente, dá-se mais atenção ao aluno do que ao professor. Como fui professor por muitos anos, vou falar algo para o professor. Nem sempre a sua missão é valorizada como deveria ser. Mas saiba que, sua missão na Sociedade não é só nobre, mas essencial na vida sociocultural. Por isso é necessário assumi-la como uma opção de vida. É mais do que uma profissão.

Ser professor será, apenas, fazer parte de um corpo docente de uma instituição educacional e estar em uma sala de aula? Creio que não. É bem mais do isso! É ser um despertador de pessoas. Sim, o ser humano nasce com todas as suas potencialidades para se desenvolver e tornar-se verdadeiramente pessoa humana. Ser pessoa é mais do que fazer parte da humanidade. Ser pessoa é conquista árdua, é construção lenta e constante. É tornar-se livre e consciente, responsável pela condução de sua própria existência, em relacionamento harmônico e equilibrado com o mundo, com os outros, consigo mesmo e aberto aos valores que lhe dão possibilidade de ultrapassar-se em direção á busca do Infinito.

Evidente que os pais e a família são os primeiros despertadores de pessoas. Mas, cabe ao professor (a) ser o auxiliar nesta difícil tarefa de fazer eclodir, desabrochar as potencialidades que possibilitam a construção de pessoas. Desta forma, o professor (a) não é somente alguém que passa informações, transmite ensinamentos. É mais do que isso, é alguém que oferece ao estudante as chances de descobrir as capacidades interiores que todo ser humano tem em seu interior e como poder desenvolvê-las para servir a si próprio e aos outros que o rodeiam. Por isso, o professor (a) é, antes de tudo, um despertador de consciências, tornando-as cientes de sua dignidade e de sua riqueza interior, capaz de construir uma existência com sentido e valor inestimáveis.

Não resta a menor dúvida que para realizar tamanha missão e conseguir resultados satisfatórios, entre outras condições, duas a meu ver são necessárias. A primeira refere-se ao próprio preparo do professor (a). Quando falo em preparo, não me refiro somente ao preparo intelectual, adquirido em bons cursos adequados para esta tarefa ímpar na sociedade e na cultura. Mas, sobretudo, ao preparo como pessoa humana, equilibrada e harmonicamente inserida na realidade sociocultural onde vai realizar sua missão de despertador de pessoas. A segunda condição que faço questão de acentuar é: que a instituição educacional possa oferecer todas as condições necessárias para que o professor (a) possa exercitar sua tarefa, sem carências de meios imprescindíveis a sua missão.

Outros, certamente, vão achar outras condições que são necessárias. Evidente que existem. Mas, será que essas duas condições já estão presentes em nossas instituições escolares, seja nas do ensino particular ou nas no ensino público? É notável que alguns mestres, apesar da não existência destas condições, conseguem realizar maravilhas com seus estudantes. São verdadeiros (as) heróis e heroínas. Merecem todo tipo de aplauso e reconhecimento. E, sobretudo, melhor retribuição por seu trabalho, inclusive financeira.

Parabéns a todos os professores e professoras de todos os níveis pela sua opção de vida. Um bom e abençoado ano letivo para você.

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