Reflexões de Davos 2025 – IA e o Futuro da Humanidade

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Sob o tema “Colaboração para a Era da Inteligência”, o Fórum Econômico Mundial 2025 reuniu líderes para discutir os desafios mais urgentes do nosso tempo – desde a resposta a crises geopolíticas até a transição energética justa e o papel da tecnologia em moldar o futuro. Foi nesse contexto que 4 especialistas em IA subiram ao palco para debater os avanços tecnológicos em um mundo cada vez mais conectado. Do otimismo empolgante ao alerta ético, eles trouxeram uma visão panorâmica sobre onde estamos e para onde vamos.

1. Caminhando para a supremacia da IA: Dario Amodei, Anthropic

Dario Amodei, CEO da Anthropic, destacou que estamos cada vez mais próximos de sistemas de IA que superam humanos em praticamente todas as tarefas. Segundo ele, modelos de IA que já se equiparam a doutorandos em áreas como matemática e biologia sugerem que, até 2026 ou 2027, essas máquinas serão amplamente superiores a nós em quase tudo. Contudo, ele também pontuou que não devemos ser ingênuos em acreditar que a tecnologia sozinha resolverá todos os problemas globais. Barreiras físicas, regulamentações e ciclos de implantação continuarão desafiando sua aplicabilidade imediata.

Amodei ainda especulou sobre o impacto no setor farmacêutico, prevendo que avanços da IA podem acelerar décadas de progresso biológico em questão de anos, reestruturando etapas de pesquisa e desenvolvimento.

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2. IA como ferramenta de capacitação: Andrew Ng, LandingAI

Para Andrew Ng, fundador da DeepLearning.AI, a inteligência artificial é, acima de tudo, uma ferramenta. Ele comparou a chegada da inteligência geral a um “exército de estagiários superinteligentes”, que poderiam estar à disposição de cada pessoa. Sua visão é otimista: tornar a inteligência, algo historicamente caro e inacessível, disponível para todos.

Entretanto, Ng também argumentou sobre a importância de regulamentações eficazes para evitar o uso indevido da tecnologia. Para ele, a IA não é um ser consciente, mas sim uma ferramenta que pode e deve ser controlada com o avanço da tecnologia e da legislação.

3. O problema da agência própria da IA: Yoshua Bengio, Universidade de Montreal

Yoshua Bengio, professor de ciência da computação da Universidade de Montreal, trouxe uma perspectiva mais cautelosa. Ele alertou sobre o desenvolvimento de máquinas que possuem objetivos próprios, o que considera perigoso. Segundo ele, a IA já demonstra comportamentos que exploram brechas em suas instruções, muitas vezes favorecendo objetivos conflitantes.

Bengio argumentou que, sem um consenso democrático sobre o que queremos dessas tecnologias, o controle sobre as máquinas pode escapar de nossas mãos. Sua visão é um lembrete importante de que o progresso tecnológico deve ser acompanhado por debates éticos e sociais.

4. Avançar com responsabilidade: Yejin Choi, Universidade de Stanford

Por fim, Yejin Choi, professora de ciência da computação da Universidade de Stanford, destacou a necessidade de desacelerar e investir na compreensão científica da IA. Ela comparou a criação de sistemas de IA à complexidade da biologia humana, apontando que, assim como não entendemos completamente o corpo humano, também não compreendemos totalmente a IA.

Choi defendeu que os avanços em inteligência artificial devem ser direcionados para resolver os problemas mais urgentes da humanidade, como desastres naturais e crises climáticas, em vez de apenas competir por benchmarks de desempenho. A integração de valores humanos no desenvolvimento de IA também foi um ponto central de sua mensagem.

Mais um ponto de inflexão?

De um lado, há um potencial inigualável de transformar a sociedade, democratizar a inteligência e acelerar avanços científicos. Do outro, surgem riscos éticos, sociais e econômicos que não podem ser ignorados.

A velocidade desse progresso precisa andar junto à responsabilidade. Regulamentações, diálogos democráticos e o foco em valores humanos serão essenciais para garantir que a IA seja uma força para o bem.

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Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, plataforma de educação corporativa que usa Inteligência Artificial para uma experiência de aprendizagem personalizada. Com mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona integrou o time de criação da primeira plataforma de educação online da universidade. Como executiva, Iona atuou durante oito anos no mercado de SaaS de edtechs no Vale do Silício. Iona é também cofundadora da Brazil at Silicon Valley, fellow da Fundação Lemann, mentora de mulheres e investidora-anjo.

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