Pesquisadores catarinenses inovam com projeto de extração da proteína do feijão para impulsionar o mercado de alimentos

A Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FEESC) está gerenciando um projeto inovador e promissor, intitulado “Estudo para identificar rotas tecnológicas para obtenção de proteínas de feijão com aspectos sensoriais e nutricionais melhorados”.

Com o financiamento do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), o estudo está sendo desenvolvido pelo departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O objetivo do projeto é desenvolver uma nova fonte de proteína vegetal, utilizando o feijão, um dos produtos agrícolas mais consumidos no Brasil, para atender à crescente demanda do mercado por alimentos plant-based, especialmente proteínas alternativas aos produtos de origem animal.

O Brasil é o segundo maior produtor de feijão, atrás apenas da Índia, mas ainda não é amplamente utilizado para a extração de proteínas alimentícias, ao contrário de outros insumos como soja e ervilha.
Este projeto, coordenado pelo professor Acácio Antônio Ferreira Zielinski, busca transformar o feijão em uma alternativa viável e competitiva para as indústrias de alimentos, focando no desenvolvimento de tecnologias capazes de melhorar a qualidade sensorial e nutricional da proteína extraída. A proposta inclui a avaliação do uso de diferentes processos e tecnologias emergentes para eliminar o aroma característico do feijão, conhecido como “off-flavors”, que pode ser um desafio para a indústria de alimentos.

Acácio Antonio Ferreira Zielinski, coordenador do projeto, destaca a importância do estudo para o avanço do setor de alimentos plant-based no Brasil. Segundo ele, “O projeto visa não apenas extrair a proteína de feijão, mas também garantir que ela seja altamente digestível e com características sensoriais atrativas, sem o sabor ou o odor peculiar do feijão. O Brasil possui uma enorme produção de feijão, e essa é uma oportunidade única de agregar valor a um produto local, desenvolvendo uma alternativa sustentável e econômica para a indústria alimentícia.”

O projeto está na sua fase inicial e o foco atual é validar a viabilidade do processo de extração da proteína do feijão, utilizando cultivares brasileiras e testando diferentes tecnologias para otimizar o rendimento e a qualidade do ingrediente final.

Além de melhorar a absorção de nutrientes, o projeto também tem como meta atender a uma demanda crescente por proteínas vegetais no Brasil e no exterior, oferecendo uma alternativa mais econômica em relação aos ingredientes importados como a proteína de ervilha, que apresenta um custo elevado devido à variação do dólar.

A FEESC, com sua experiência na gestão de projetos, desempenha um papel fundamental na administração financeira e operacional deste estudo. A fundação é responsável por garantir o uso eficiente dos recursos, o cumprimento dos prazos e o alinhamento das atividades com os objetivos do projeto.

Além disso, a FEESC também facilita a colaboração entre os pesquisadores, empresas e outras instituições envolvidas, criando uma rede de conhecimento e inovação para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios.

Com o potencial de gerar novas oportunidades no setor de alimentos plant-based, esse projeto pode ajudar a fortalecer a indústria brasileira, criando uma nova cadeia produtiva baseada em proteínas vegetais extraídas do feijão. Isso não apenas contribuirá para a diversificação do mercado de alimentos, mas também oferecerá uma alternativa mais sustentável e acessível para os consumidores. O sucesso deste estudo poderá trazer um impacto significativo tanto para a economia quanto para a saúde pública, ao promover uma alimentação mais saudável e de baixo impacto ambiental.

O projeto está alinhado com os objetivos de inovação da UFSC e FEESC e com a estratégia do GFI Brasil de promover alternativas alimentares sustentáveis. As instituições seguem comprometidas com a administração de iniciativas que possam transformar a pesquisa acadêmica em inovação prática, criando soluções que atendam tanto às necessidades do mercado quanto às demandas sociais e ambientais.

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