Coluna do Loetz: Transporte, Porto e Educação, conheça os desafios que moldam o futuro de Joinville e Itajaí

Tarifa de ônibus em Joinville “explode” na virada do ano

As passagens de ônibus urbano na cidade mais populosa de Santa Catarina vão aumentar mais de 13% a partir de 1º de janeiro, em relação ao praticado desde o começo de 2024. Sim, porque o reajuste é sempre anual e definido para entrar em vigor no início de cada ano.

Agora, o valor cobrado passará para R$ 6,25 se o bilhete for comprado antes do cliente entrar no ônibus. Com o motorista, o valor sobe para R$ 6,50.

Para compreender o impacto no bolso do usuário do transporte coletivo em Joinville:

1. A inflação de 2024 é de 4,8%. Significa que a tarifa sobe quase três vezes mais do que a inflação, índice comumente usado para reajustar salários.

2. O salário médio do trabalhador de Joinville é de 2,3 salários mínimos (R$ 3.300,00).

3. Para um trabalhador que recebe R$ 2.500,00 por mês (e muitos ganham bem menos!), o custo do transporte coletivo representa um quinto do salário, considerando o uso de ônibus quatro vezes ao dia durante 20 dias no mês.

A reação ao aumento será tímida: movimentos estudantis desmobilizados, época de férias coletivas…

A redução no número de passageiros de ônibus se explica por vários motivos:

• Preço elevado da tarifa;

• Poucos horários disponíveis em algumas linhas;

• Excesso de demanda e desconforto, especialmente nos horários de pico;

• Percursos demorados, causando perda de tempo e qualidade de vida;

• Ausência de ar condicionado nos veículos;

• Problemas estruturais, como o terminal central que alaga em dias de chuva intensa.

A crise no transporte coletivo de Joinville é sistêmica e antiga. Desde os anos 1990 se fala em realizar licitação. Nunca aconteceu, e as empresas Gidion e Transtusa seguem dividindo a cidade em um formato de duopólio.

A prefeitura promete realizar a licitação do transporte coletivo em 2025. Será? A história tem mostrado que o poder econômico é mais forte e articulado do que o núcleo de usuários que dependem do transporte público.

Essas disfuncionalidades impactam diretamente a mobilidade urbana de Joinville. A cidade, que enfrenta congestionamentos constantes, tem 660 mil habitantes e uma frota de 473 mil veículos — praticamente um veículo para cada 1,3 habitante.

O caos na mobilidade urbana se aproxima, e, quando a licitação for lançada, será que ela trará soluções técnicas e melhorias para a população?

Federalização do Porto de Itajaí

O Porto de Itajaí, único do país sob administração municipal, não é mais. O STJ cassou a liminar que impedia sua federalização.

O que está em jogo:

1. O poder de comandar o negócio portuário;

2. O controle político sobre as atividades e, em grande medida, sobre a cidade de Itajaí;

3. A possibilidade de indicação de aliados para cargos na estrutura do porto;

4. Uma guerra partidária entre PT (Brasília/Décio Lima) e os partidos de direita que governam Itajaí;

5. A crise recente que paralisou o Porto por quase dois anos e gerou uma retomada aquém do esperado;

6. Decisões administrativas sendo tomadas em Brasília, reduzindo a influência local sobre o futuro do Porto;

7. A importância do Porto para a economia catarinense.

Por ora, a autoridade portuária de Santos comandará as operações. Contudo, a disputa pela gestão do Porto de Itajaí está longe de terminar.

Novo curso de Medicina em Joinville

Não será pela Universidade Federal de Santa Catarina. Quem vai abrir o curso de graduação em Medicina em Joinville é a Censupeg.

O MEC publicou a portaria autorizando a criação da faculdade. O curso começará em 2025 com 60 vagas.

Há pelo menos quatro anos, a luta política era pela criação de um curso de Medicina da UFSC. Esse projeto, no entanto, ficará para o futuro.

O post Coluna do Loetz: Transporte, Porto e Educação, conheça os desafios que moldam o futuro de Joinville e Itajaí apareceu primeiro em Upiara.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.