O ser humano é o centro do financiamento climático

Neste mês de novembro, do dia 11 a 22, a ONU organizou a cúpula COP29, em Baku Azerbaijão, sobre a Mudanças Climáticas. Vários aspectos da temática são abordados. A Conferência das Partes (COP) da ONU sobre mudanças climáticas acontece todo ano desde 1995 para discutir os objetivos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) de 1992. A Santa Sé aderiu à UNFCCC e ao acordo de Paris de 2015 em 2022.

A Igreja Católica, por meio do Estado do Vaticano, que é membro da ONU, se faz presente com o Secretário de Estado, Mons. Pietro Parolin. Entre os vários aspectos abordados, o “financiamento climático” é um deles. Financiamento climático refere-se ao financiamento local, nacional ou transnacional de ações de mitigação de mudanças climáticas. Por isso, o Papa Francisco enviou, por meio dele, sua mensagem. Ao referir-se, na mensagem, sobre o conceito de “financiamento climático”, o Papa Francisco disse que a dívida ecológica e a dívida externa comprometem o futuro de uma nação. Tanto a dívida externa quanto a dívida ecológica estão “hipotecando o futuro” das nações.

Acentua também que devemos “fazer esforços para encontrar soluções que não comprometam ainda mais o desenvolvimento e a capacidade de adaptação de muitos países que já estão sobrecarregados por uma dívida econômica paralisante”.

Observa, também, que há considerável indiferença em relação aos problemas ambientais na era moderna: “Não podemos lavar as mãos sobre isso, com o distanciamento, com o descuido, com o desinteresse. Este é o verdadeiro desafio do nosso século”. “A indiferença é cúmplice da injustiça”, disse o papa.

O Papa Francisco disse que a Santa Sé continua a apoiar os esforços da COP29, especialmente na área da educação ecológica integral e na conscientização sobre o problema ambiental como uma questão humana e social.

Mais uma vez, o Papa Francisco aproveita para enfatizar que o foco fundamental e essencial de todo o cuidado com o meio ambiente tem que ser necessariamente o ser humano. Não pode ser precedido por qualquer outra realidade natural. Por isso, afirma: “É essencial buscar uma nova arquitetura financeira internacional que seja centrada no ser humano, ousada, criativa e baseada nos princípios de equidade, justiça e solidariedade”.

E acrescenta: “Uma nova arquitetura financeira internacional que possa realmente garantir a todos os países, especialmente aos mais pobres e aos mais vulneráveis ​​aos desastres climáticos, caminhos de desenvolvimento tanto de baixa emissão de carbono quanto de elevada partilha que permitam a todos atingir o seu pleno potencial e ver a sua dignidade respeitada”, disse Francisco.

Mais uma vez se percebe claramente o interesse e a insistência do Papa Francisco, na sua pregação constante sobre o respeito e o cuidado com nossa Casa Comum, o nosso Planeta Terra. Ele não perde ocasião para lembrar e conclamar a todos para esse trabalho no cuidado com a nossa Casa Comum. E, com frequência, acentua que é trabalho e ocupação de todos, sem exceção. Não se pode deixar tudo isso para o Estado ou para Entidades especializadas e ordenadas para essa finalidade. É bom sempre recordar para não olvidar. É o que o Papa Francisco tenta fazer com constância. (CFr. ACIdigital 13/11)

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