Casa Concha: as obras de Nestor e Ellis que unem as artes à vida no oceano

Das andanças pelas praias de Florianópolis, Nestor Jr. começou a coletar conchas e caracóis marinhos como uma espécie de diário, no ano de 2021. No seu ateliê, o trabalho de observação do artista conduziu as pinceladas para retratar esses lugares de proteção, aquarelando no papel as pequenas formas que formam a série “Sambaqui ou Cascas Protetoras”, com quatro desenhos de tamanho 15x15cm cada.

“Sambaqui ou Cascas Protetoras”. Divulgação

“Acúmulos” (30x40cm), finalizada em 2023, veio depois como forma de desdobramento. Nesta obra, Nestor – filho de pescador – se apropriou de elementos como conchas, galhos e plantas para criar um universo à parte, que ainda transita pelos símbolos de proteção, vivências e acúmulos que se avolumam ao longo da vida. 

Obra Acúmulos. Divulgação

Ambas as séries ambientam a Casa Concha, projetada pelo novo escritório IdeaBALN dos  arquitetos  Karol Stolf, Rafa Gomes e Sandro Batalha e a paisagista Cintia Senna entregam para marcar estreia na CASACOR/SC-Florianópolis, que finaliza no dia 24 de novembro, no D/Season Residence Club, no bairro João Paulo. Desenhada num formato de concha – assim como o nome -, a proposta dos arquitetos foi oferecer aos visitantes um lugar de encontro e acolhimento, envolvido como um abraço como representação máxima do amparo da forma.

Também expõe suas criações a ceramista Ellis Monteiro. Sua participação no projeto iniciou na fase do croqui, quando soube de todo o conceito por trás do espaço. “A partir daí algumas ideias começaram a surgir, de transformações, da forma como os encontros se transformam. O meu trabalho não é figurativo, eu tento extrair a ideia de uma palavra, do conceito ou de uma imagem e entender quais as linhas emergem”, conta. 

As nove esculturas moldadas uma a uma à mão, pousam em cima da lareira, o que para a ceramista lembra os mariscos fixados nas pedras. A abertura dos casulos marinhos para o jardim interno também reforçam o receber acomodado no interior do corpo. 

“O conceito disso tudo é tão forte. Sempre quando faço um objeto eu coloco um pouco do que estou vivendo, esses sentimentos. Isso se transporta para aquela peça que está surgindo. Faço um processo mental, tentando identificar os pontos-chave. Essa obviedade não me soa interessante. As mãos vão conduzindo a matéria-prima até os objetos nascerem, de tamanhos variados e formas heterogêneas”. A produção de objetos e obras do ambiente tem assinatura do arquiteto Jeferson Branco. 

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