Lucro da JBS é de R$ 3,84 Bi no 3º Tri; Companhia Aprova Dividendos de R$2,2 Bi

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A JBS, líder global na produção de carnes, reportou nesta quarta-feira um lucro líquido de R$ 3,84 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de mais de seis vezes em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelos negócios de aves e suínos no Brasil e nos Estados Unidos.

O resultado superou levemente a expectativa dos analistas, que estimavam um lucro de R$ 3,73 bilhões, segundo pesquisa da LSEG. A empresa também aprovou a distribuição de R$ 2,2 bilhões em dividendos, a serem pagos em 15 de janeiro.

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A JBS destacou a performance da unidade de processados e de aves e suínos no Brasil, a Seara, que registrou uma margem recorde de 21% no período, beneficiada pela forte demanda global e pelo custo favorável dos grãos, matéria-prima essencial para a ração animal.

A subsidiária Pilgrim’s Pride apresentou uma margem de 16,9%, impulsionada pela alta demanda principalmente na Europa, Estados Unidos e México, beneficiada por melhorias operacionais e pela diversificação do portfólio em produtos de valor agregado e marcas.

O bom desempenho em aves e suínos compensou o cenário desafiador no segmento de carne bovina nos Estados Unidos, que representa quase um terço da receita líquida da companhia. Esse segmento, no entanto, registrou a menor margem entre as unidades da JBS no terceiro trimestre, de apenas 1,9%.

“Foi um resultado robusto e forte, considerando que um terço da operação nos EUA está no ‘break even’. Mesmo assim, conseguimos entregar uma margem Ebitda de dois dígitos”, afirmou o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, à Reuters.

A JBS reportou um Ebitda ajustado de R$ 11,9 bilhões, um aumento de 120,7% em relação ao mesmo período do ano passado e de 20,8% em relação ao segundo trimestre. A margem Ebitda ajustada foi de 10,8%, um aumento de 4,9 pontos percentuais comparado a 2023.

A receita líquida no terceiro trimestre somou R$ 110,5 bilhões, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2023, também um recorde. O fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 5,5 bilhões, uma alta de 88% na comparação anual.

“Isso demonstra a importância da diversificação da plataforma e o papel fundamental da equipe em capturar oportunidades de mercado”, afirmou Tomazoni. Ele ressaltou ainda a vantagem de uma demanda maior e preços de grãos em patamares baixos, o que favoreceu os negócios de frangos e suínos. A Seara, segundo ele, ainda tem potencial para aumentar suas margens no futuro.

Nos EUA, a JBS prevê que o cenário de oferta de gado deve continuar desafiador até 2025, com possíveis melhoras em 2026. Já no Brasil, a empresa foi beneficiada pelos custos favoráveis do boi no terceiro trimestre.

“A Friboi se beneficiou do reconhecimento de marca e da demanda externa, além de custos mais baixos do boi, favorecendo tanto as exportações quanto o mercado interno”, disse Tomazoni.

Até o final do terceiro trimestre, as cotações mais baixas da arroba bovina ajudaram a unidade Friboi, que obteve uma margem de 11,6%, um resultado histórico. Entretanto, os custos do boi dispararam recentemente, impulsionados pela alta demanda para exportação e consumo interno de carne. Desde o início de outubro, o preço da arroba no estado de São Paulo subiu mais de 22%, alcançando uma média de R$ 335,15, conforme dados do Cepea, da Esalq/USP.

“Achamos que o boi caiu demais, o que desestimula a produção, mas agora subiu muito. Acreditamos que o preço ainda pode voltar a um patamar mais estável, embora não tanto quanto no início do ano”, afirmou Tomazoni.

Ele observou que no mercado externo o Brasil pode repassar esses custos em um momento de demanda forte na China e nos Estados Unidos, mas destacou que o mercado interno está pressionado pelos preços altos.

Efeito Trump e Listagem nos EUA

Questionado sobre os impactos de uma possível reeleição de Donald Trump e uma possível guerra comercial envolvendo tarifas da China para a produção dos EUA, Tomazoni evitou especulações. “Nos focamos no que controlamos, na eficiência e na preparação da equipe para aproveitar as oportunidades de mercado. Estamos presentes nos EUA, Austrália, Brasil e Canadá, então é difícil prever o que ocorrerá”, disse ele.

Sobre a listagem de ações nos EUA, Tomazoni afirmou que segue sendo uma prioridade para destravar valor da empresa. O CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, acrescentou que antes de retomar o processo de listagem, a empresa está finalizando o registro de um “bond” na SEC, o regulador de mercado dos EUA.

“Em setembro de 2023 emitimos US$ 2,5 bilhões em bonds e estamos registrando na SEC. Todos os outros já estão registrados, e após o ‘exchange offer’ dos bonds, que termina ao final de novembro, voltaremos ao processo de listagem das ações”, explicou.

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No terceiro trimestre, a JBS antecipou a redução de sua alavancagem projetada para o fim do ano. Entre o segundo e o terceiro trimestre, a alavancagem em US$ caiu de 2,77 para 2,15 vezes (dívida líquida/Ebitda), reduzindo a dívida líquida em US$ 1 bilhão, totalizando US$ 13,7 bilhões.

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