Sistema eleitoral nos Estados Unidos. Por Cláudia Bressan

Cláudia Bressan escreve artigo sobre o sistema eleitoral dos Estados Unidos, destacando o papel do Colégio Eleitoral, o financiamento de campanhas e o impacto global das eleições, que afetam políticas ressaltando a importância dessas eleições no cenário mundial, dado que as decisões políticas americanas têm o potencial de influência na economia global, acordos internacionais e a estabilidade geopolítica.

As eleições nos Estados Unidos têm um papel essencial não apenas para o país, mas também para o cenário mundial. Baseada no sistema de Colégio Eleitoral e em uma organização bipartidária. A Estrutura do Sistema Eleitoral Americano é baseado na eleição indireta para a presidência e na escolha direta para o Congresso. O presidente é eleito pelo Colégio Eleitoral, que é um grupo de representantes que vota de acordo com os resultados dos estados. Cada estado tem um número de delegados no Colégio Eleitoral, proporcional à sua população, o que confere aos estados mais populosos um peso maior no resultado final.

O Colégio Eleitoral é um dos aspectos mais discutidos das eleições nos Estados Unidos. Criado para equilibrar o poder entre estados mais e menos populosos, o sistema permite que o candidato com menos votos populares possa vencer a eleição, se garantir a maioria dos votos do Colégio Eleitoral. Casos como os de 2000 – Bush vs. Gore, e 2016 – Trump vs. Clinton, reacenderam debates sobre a eficácia e justiça desse sistema, gerando discussões sobre uma possível reforma no sistema eleitoral, mais representativo de acordo com a vontade da população.

À medida que as Primárias se intensificam, outro fator se torna relevante no processo eleitoral estadunidense, que é o financiamento das campanhas, com candidatos e partidos arrecadando e gastando bilhões de dólares. Esse processo é amplamente financiado por doações de indivíduos, empresas e comitês de ação política (ou Political Action Committees – PACs). Comitês estes, que permitem que grupos de interesse — como empresas, sindicatos e indivíduos com visões políticas similares — se reúnam para apoiar financeiramente campanhas políticas.

A publicidade eleitoral, que inclui comerciais de TV, mídias sociais e eventos ao vivo, também desempenha um papel crucial influenciando a percepção pública e aumentando a polarização entre os eleitores e com forte impacto no sistema de financiamento das campanhas. Diferente do que ocorre no Brasil, onde as eleições não podem ser financiadas por pessoa jurídica.

Fato é que, com uma dinâmica eleitoral diferente, as eleições nos EUA têm consequências globais, cujas decisões políticas do país afetam o comércio, as alianças militares e os acordos ambientais em nível global. Mudanças de governo e ideologia podem redefinir relações internacionais e influenciar o equilíbrio mundial. O resultado da eleição moldará a posição dos EUA frente a esses desafios, com impacto direto na economia e na política de várias regiões do mundo.

As eleições nos Estados Unidos são um processo que combina tradição e complexidade, com desdobramentos que vão muito além de suas fronteiras. O sistema único de escolha do presidente e dos congressistas, as polêmicas e a constante busca por reforma fazem desse evento um ponto central de análise e discussão em todo lugar, em todo continente. Fato é que, em um mundo cada vez mais interconectado, o resultado das urnas americanas influenciará não apenas o futuro dos EUA, mas o de várias nações ao redor do globo.


Cláudia Bressan é advogada e mestre em Direito pela UFSC.

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