
O uso de deepfakes nas eleições representa uma ameaça séria à integridade democrática e à confiança do eleitorado. Essa técnica de manipulação audiovisual, que pode alterar vozes e imagens de forma convincente, não apenas engana os cidadãos, mas também mina a credibilidade dos processos eleitorais.

Áudio e foto circulou na semana passada por aplicativos de mensagens – Foto: Reprodução/ND
A propagação de conteúdos falsos tem se intensificado, especialmente em períodos eleitorais, criando um ambiente em que a desinformação prevalece.
As deepfakes não são apenas ferramentas de desinformação, podem ser usadas para difamar candidatos, distorcer suas mensagens e até mesmo incitar o ódio e a violência.
O fato de que criminosos frequentemente utilizem contas pré-pagas para disseminar essas fraudes agrava a situação, dificultando a responsabilização e a identificação dos autores.
Dois casos de deepfake registrados na Capital
A Justiça Eleitoral registrou os primeiros casos de deepfake em Florianópolis, incluindo simulações de conversas entre o governador Jorginho Mello, o prefeito Topázio Neto e o secretário Carlos Eduardo de Souza Neves.
Para identificar a titularidade da linha usada, a Justiça determinou a quebra de sigilo de dados telefônicos, revelando que o número estava registrado em nome de uma mulher de 74 anos, natural de São Paulo.
Em outro caso, circulou um áudio falso que simula uma conversa entre o prefeito, o profissional de marketing Fábio Veiga e o ex-secretário de Turismo de Florianópolis, Ed Pereira. Essa deepfake propagava desinformação e a titular da linha também foi identificada como beneficiária de programa social em Rondônia.
A resolução do Tribunal Superior Eleitoral sobre o tema é um passo importante, mas insuficiente diante da gravidade do problema.
É essencial que haja uma resposta robusta das autoridades, incluindo investigações rigorosas pela Polícia Federal, para que se identifiquem e punam os responsáveis por essas práticas ilícitas, como já foi determinada pelo juiz eleitoral da Capital.
Em um mundo onde a tecnologia pode ser facilmente manipulada para enganar e manipular, é vital que cidadãos, candidatos e instituições permaneçam vigilantes.