Bicicletas compartilhadas ganham popularidade e se tornam alternativas de mobilidade em SC

No Dia Nacional do Trânsito, celebrado nesta quarta-feira (25), Florianópolis se destaca por possuir a maior extensão de ciclovias e ciclofaixas do Brasil em relação ao número de habitantes, somando 224 km de malha cicloviária, conforme monitoramento realizado entre 2022 e 2023 pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas).

Florianópolis possui maior extensão de ciclovias e ciclofaixas do Brasil em relação ao número de habitantes em todo o Brasil – Foto: Germano Rorato/ND

“Me sinto mais saudável”

Em meio aos desafios crescentes da mobilidade urbana na capital catarinense, as bicicletas vêm ganhando destaque como uma alternativa sustentável, saudável e econômica.

A estudante Gabriela Penna, 26 anos, usa a bicicleta todos os dias como meio de transporte entre sua casa, no Itacorubi, e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), na Trindade. São quase 5 quilômetros de distância, e a escolha mudou sua rotina.

“Quando eu comecei o curso, ia de ônibus porque morava no Saco dos Limões. Agora que moro em uma região plana, estou me adaptando a andar de bicicleta. Pra mim, ficou muito mais fácil e me sinto muito mais saudável também. Além de facilitar a locomoção, já faz parte da minha rotina de atividade física”, relatou Gabriela.

Soluções

A cidade tem avançado em soluções que integram cada vez mais a bicicleta à sua malha urbana, como as bicicletas compartilhadas da empresa TemBici e a Universidade Estácio, em parceria com a Prefeitura de Florianópolis, uma alternativa para quem não tem bicicleta própria.

São mais de 50 estações localizadas em áreas centrais da cidade, como a UFSC e os bairros Santa Mônica, Itacorubi, Trindade, Centro e o Continente, com aproximadamente 350 bicicletas elétricas disponíveis para uso público.

O sistema é gerenciado por meio de um aplicativo, que indica a disponibilidade de bicicletas e quais são as estações mais próximas para desbloqueio.

O usuário pode optar entre aluguel avulso, diário ou mensal. Os preços dos planos variam de R$ 3 a R$ 24,90. No aluguel avulso, o usuário paga R$ 3 para desbloqueio da bike, mais R$ 0,20 por minuto extra pedalado.

Já no plano diário, o valor inicial é de R$ 4,90 para até duas viagens de 15 minutos por dia, mais R$ 0,10 por minuto adicional. O plano mensal custa R$ 24,90 e permite até duas viagens diárias de 30 minutos cada, mais R$ 0,10 por minuto extra.

Otimização de tempo e economia

A estudante Tatiana Eucário utilizou o intervalo entre as suas aulas, na terça-feira (24), para conhecer o sistema e avaliar se pode ser útil em sua rotina. Atualmente, Tatiana se locomove de ônibus ou a pé, mas perde muito tempo nos trajetos.

“Moro nos Ingleses, faço um curso no Centro e estudo na UFSC à tarde. Entre o CCA (Centro de Ciências Agrárias) e o campus principal da UFSC, levo meia hora de ônibus, mesmo sendo uma distância curta. Há muito trânsito, e talvez essa opção me ajude a otimizar o tempo”, relatou.

Tatiana considera utilizar bicicletas para se locomover entre uma aula e outra na UFSC

Tatiana considera utilizar bicicletas para se locomover entre uma aula e outra na UFSC – Foto: Germano Rorato/ND

Uma pesquisa realizada pela TemBici revela que 85% dos usuários costumavam usar veículos motorizados antes de adotar as bicicletas compartilhadas. Sem essa opção, 68% continuariam utilizando carros ou motos.

Custo-benefício

A economia é o principal motivo para o uso da bicicleta: 59% dos entrevistados afirmam que ela é mais econômica que outros meios de transporte. A segunda maior motivação é a praticidade, mencionada por 53% dos participantes.

Além disso, 62% dos entrevistados utilizam as bicicletas para trajetos diários, como ir ao trabalho ou à faculdade. Assinante do plano mensal, o professor de história e estudante de mestrado Matheus Peixoto faz parte dessa porcentagem.

“O custo-benefício da bicicleta é um dos principais motivos que me fez adotar essa opção. Uso praticamente todos os dias para dar ou assistir aulas. Vejo esse modelo de aluguel como algo muito positivo, tem sido uma ótima iniciativa”, conclui Peixoto.

O estudante de mestrado Matheus Peixoto destaca o custo-benefício das bicicletas – Foto: Germano Rorato/ND

A expectativa, segundo o coordenador de operações da TemBici, Alan Bordim, é chegar a 500 bicicletas na capital catarinense, e mais quatro novas estações estão em tratativas.

Planos disponíveis das bicicletas compartilhadas

  • Avulso: R$ 3 para desbloqueio da bicicleta + R$ 0,20 por minuto extra pedalado
  • Diário: R$ 4,90 por até duas viagens de 15 minutos por dia + R$ 0,10 por minuto adicional
  • Mensal: R$ 24,90 para até duas viagens diárias de 30 minutos cada + R$ 0,10 por minuto extra
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