Influenciadora transgênero é assassinada um dia após votação de lei anti-LGBT+

A influenciadora, atriz e modelo Kesaria Abramidze, de 37 anos, foi morta a facadas na quarta-feira (18), na Geórgia, um dia depois do país aprovar uma lei que proíbe “propaganda de relações homossexuais”, denunciada como repressiva pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Kesaria Abramidzé, modelo transgênero

Kesaria Abramidzé era modelo e influenciadora transgênero – Foto: Reprodução/@kesaria_official/ND

O suspeito de matar Kesaria, que era uma mulher transgênero, é o namorado dela. O caso é investigado pela polícia.

“Está a ser realizada uma investigação sobre um homicídio premeditado, cometido com particular crueldade e circunstâncias agravantes ligadas ao gênero”, disse o Ministério do Interior da Geórgia, num comunicado à imprensa.

A influenciadora, que tinha mais de 500 mil seguidores, já havia acusado anteriormente autoridades públicas de não lutarem contra a violência doméstica.

Em abril, ela publicou em seu perfil que sofria violência do companheiro e estava presa em um relacionamento tóxico há dois anos. “Não ao feminicídio que se tornou tão frequente em nosso país!”, ela disse.

 

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Além disso, ela escreveu que temia pela sua vida e ficou um tempo fora do país.

A lei que revoga direitos de pessoas transgênero e LGBT+

A legislação, aprovada esta semana, ainda precisa de ser assinada antes de entrar em vigor. Ela prevê que “propaganda de relações homossexuais e de incesto” sejam proibidas de ser veiculadas em instituições de ensino e emissões televisivas, e também restringe “ajuntamentos e manifestações”.

Grupos de direitos humanos criticaram esta formulação, que equipara incesto à homossexualidade.

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