Grito mortal: conheça a coruja-rasga-mortalha, pássaro que anuncia a morte

A coruja-rasga-mortalha, conhecida popularmente como “coruja da morte”, “suindara”  e “coruja-da-igreja”, está presente em todo o território brasileiro. Saiba qual a história por trás da lenda desse animal.

A coruja-rasga-mortalha é uma das mais comuns do Brasil. Ela mede de 29 a 44 centímetros e pesa de 187 a 700 gramas. De porte médio a grande, apresenta disco facial no formato característico de coração e olhos relativamente menores que as demais corujas.

A alimentação dessa ave inclui pequenos mamíferos, principalmente roedores, e também lagartos, aves, cobras, anfíbios, insetos, aranhas e escorpiões.

Essencialmente noturna ou crepuscular, o animal caça em cima de poleiros ou em voos baixos sobre campos e pastagens. Costuma fazer seus ninhos em construções humanas, dando origem aos seus nomes populares, dependendo da região.

A lenda da coruja

A lenda está relacionada com o seu grito. O som da rasga-mortalha é como se estivesse rasgando algum tecido.

A rasga-mortalha possui hábitos noturnos, seu canto é considerado melancólico e associado a prenúncios de notícias tristes e sinais de azar.

De acordo com a comunidade ribeirinha da Amazônia, que convive com esse animal, “se a coruja passar em cima de casa à noite e se tiver alguém doente anuncia a morte. O canto da rasga-mortalha anuncia a morte de alguém”.

Apesar da lenda, o animal é muito importante na mata, pois ajuda no controle de roedores, um de seus alimentos prediletos. Além disso, sua habilidade auditiva favorece as caçadas do animal.

Ela está nos cinemas

A corujinha da lenda também teve sua estreia no filme “A lenda dos Guardiões”.

O filme, baseado na série de livros infantis de Kathryn Lasky, conta a história de uma coruja-rasga-mortalha chamada Soren, uma corujinha fascinada pelas histórias épicas que seu pai lhe conta sobre os Guardiões de Ga’Hoole, um bando mítico de guerreiros alados que lutaram em uma grande batalha para salvar a comunidade dos maldosos Puros.

Você pode criar uma coruja?

É possível domesticar uma coruja? A resposta é: depende.

É possível ter um desses animais em casa, desde que você compre de um criador credenciado pelo IBAMA, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

A autorização é essencial para garantir que a criação da ave seja feita sem dor de cabeça e sem risco de multa.

E mesmo com a autorização, o Instituto só autoriza a criação de algumas espécies. Algumas das espécies de coruja que podem ser domesticadas são:

• Coruja suindara;
• Coruja orelhuda;
• Coruja buraqueira;
• Corujão-da-Virgínia.

O tutor do animal também precisa seguir alguns passos para ter uma coruja doméstica, como fazer um cadastro no SISPASS, ter 18 anos e ter um Cadastro Técnico Federal (CTF).

Depois desses passos, o órgão fará uma visita e confirmará documentos pessoais. A partir disso, a autorização para ter uma corujinha pode ser deferida ou não.