Como Santa Catarina mede a qualidade do ar? Saiba onde ficam as únicas 3 estações

Na quarta-feira (11), o Governo de Santa Catarina emitiu um alerta para os riscos à saúde decorrentes da baixa umidade e da poluição atmosférica,  agravada pela fumaça das queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste. Mas como o estado mede a qualidade do ar?

Fumaça das queimadas na Amazônia chega a Santa Catarina e prejudica qualidade do ar – Foto: Deny Campos/ND

Santa Catarina tem apenas três estações de monitoramento do ar, localizadas no Sul do estado. A aferição da qualidade do ar não é feita pela Defesa Civil, e sim pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).

Há duas estações na cidade de Tubarão, na Rua Dr. Otto Feuerschuette e na Rua Antônia Goularte Pereira, e outra na cidade vizinha de Capivari de Baixo, na Rua Monteiro Lobato.

Santa Catarina conta com apenas três estações de monitoramento do IMA, em Tubarão e Capivari de Baixo – Foto: Reprodução/IMA

Segundo o IMA, a localização foi escolhida devido à atividade de usinas termelétricas a carvão. Assim como as demais estações no Brasil, o monitoramento em tempo real é disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente.

O Índice de Qualidade do Ar é calculado pela presença de poluentes, como partículas inaláveis (MP2,5 e MP10), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2) e monóxido de carbono (CO).

Classificação dos níveis de qualidade do ar, usada pelo monitoramento do Ministério do Meio Ambiente – Foto: Reprodução/MonitorAr

SC terá nova estação para medir a qualidade do ar em Florianópolis

Em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o IMA planeja instalar a primeira unidade de referência de monitoramento da qualidade do ar em Florianópolis. Será a quarta estação do estado, contando com aquelas localizadas em Tubarão e Capivari de Baixo.

O Acordo de Cooperação Técnica foi firmado em agosto e a previsão é que a nova unidade será instalada em outubro deste ano. A estação móvel ficará ao lado da Biblioteca Universitária, no Campus Trindade da UFSC.

A nova unidade de monitoramento da qualidade do ar será instalada no Campus Trindade da UFSC – Foto: Pipo Quint/Agecom/UFSC

O diretor de Controle e Passivos Ambientais do IMA, Diego Hemkemeier Silva, ressalta que o monitoramento em Florianópolis cobre uma lacuna importante, visto que a região é uma das mais populosas do país.

“A região metropolitana de Florianópolis possui mais de um milhão de habitantes e, até o momento, carece de monitoramento de referência de qualidade do ar. Esta nova estação permitirá avaliarmos a qualidade do ar respirado por cerca de 15% da população catarinense”, declarou.

Como está a qualidade do ar nas principais cidades catarinenses?

Apesar do estado contar com somente três estações de monitoramento, os dados de satélite da empresa suíça IQAir permitem consultar a qualidade do ar em diversos municípios catarinenses.

Enquanto as estações do IMA em Tubarão indicam que a qualidade do ar está “boa” na tarde desta sexta-feira (13), no nível verde, as informações da IQAir mostram outra situação.

A Secretaria da Saúde de Santa Catarina recomendou o uso de máscaras e a hidratação constante para proteger a saúde da fumaça – Foto: Leo Munhoz/ND

A empresa suíça classificou Tubarão no nível vermelho, considerado insalubre para todas as pessoas. A concentração de partículas MP2,5 é de 69.6 µg/m³ nesta sexta-feira, um valor 13,9 vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

O Índice de Qualidade do Ar calculado pela IQAir é de 161, muito acima do valor de 30 informado pela estação do IMA na cidade. Além dos satélites, a empresa conta com a maior rede global de sensores que compartilham os dados, como cidadãos voluntários, cientistas, empresas, governos e organizações não governamentais.

O IMA afirma que as estações de monitoramento em Santa Catarina são mais confiáveis do que o site IQAir, apesar de representar somente duas cidades – Foto: Ricardo Trida/Secom/Divulgação/ND

O IMA informou, porém, que as estações em Santa Catarina ainda são mais confiáveis do que a plataforma IQAir.

“É um site que tenta se aproximar da realidade. Usam modelos para chegar a um dado próximo e servem para dar uma ideia do geral, mas a informação nem sempre será precisa como uma estação de monitoramento. As estações estão corretas”, apontou o órgão.

Veja ranking das cidades de Santa Catarina segundo a IQAir

Chapecó e Criciúma registram os piores índices de qualidade do ar nesta sexta-feira – Foto: Geórgia Gava/ND

Chapecó lidera o ranking da pior qualidade do ar entre as principais cidades de Santa Catarina nesta sexta-feira, com uma concentração de partículas MP2,5 de 93.2 µg/m³, um nível insalubre para todo mundo.

Se a cidade fosse considerada uma metrópole, ficaria em segundo lugar no ranking internacional da IQAir, atrás apenas da capital do Kuwait. Veja o nível dos municípios catarinenses conforme os dados da empresa suíça:

1. Chapecó: 177 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
2. Criciúma: 164 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
3. Lages: 164 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
4. Tubarão: 161 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
5. Florianópolis: 158 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
6. Palhoça: 158 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
7. Brusque: 154 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
8. Balneário Camboriú: 153 – nível vermelho (insalubre para todas as pessoas)
9. Itajaí: 148 – nível laranja (insalubre para grupos vulneráveis)
10. Blumenau: 142 – nível laranja (insalubre para grupos vulneráveis)
11. Jaraguá do Sul: 113 – nível laranja (insalubre para grupos vulneráveis)
12. Joinville: 111 – nível laranja (insalubre para grupos vulneráveis)