O que explica a longevidade do tubarão-da-Groenlândia, um dos animais mais velhos do mundo

Nas profundezas das águas geladas do Oceano Atlântico Norte e do Ártico, vive um dos animais mais longevos do mundo, o tubarão-da-Groenlândia. O peixe tem uma expectativa de vida em  média de 400 anos.

O gigante também está entre os maiores do planeta, chegando perto do tamanho de um submarino, alcançando sete metros de comprimento e pesando 1,5 tonelada.

Imagem mostra um tubarão-da-Groenlândia, uma das espécies mais longevas de animais que existem no mundo

O tubarão-da-groenlândia é o vertebrado mais longevidade do mundo – Foto: Reprodução/ND

O vertebrado pode ser encontrado na coloração cinza escuro, marrom ou preto com um corpo cilíndrico, olhos pequenos, focinho arredondado e sem nadadeira anal.

Apesar do nome, o tubarão-da-groenlândia não é encontrado apenas na Groenlândia, sendo visto até mesmo no Caribe.

Raramente esse animal é observado na superfície, vivendo em águas a profundidades de 2,2 mil metros e entre dois graus abaixo de zero e sete graus Celsius.

Devagar e sempre

E se você achava que o tubarão-da-Groenlândia carregava apenas o título de mais longevo do mundo, o animal também é um dos mais lentos que existe.

Segundo a National Geographic, ele move a uma incrível velocidade de 1,22 km/h. No entanto, a velocidade não é essencial para perseguir suas presas, pois ele ataca enquanto os animais dormem.

Quantos anos tem o tubarão-da-Groenlândia mais velho do mundo?

De acordo com um artigo da National Geographic da Espanha, que encontrou um tubarão em janeiro, na costa de Belize, no Caribe, estima que o vertebrado mais antigo do mundo tenha nascido em 1505, ou seja, teria 519 anos de idade.

Imagem mostra um tubarão-da-Groenlândia, considerado o mais velho do mundo

Tubarão-da-Groenlândia mais velho do mundo – Foto: YouTube Wonder World/Reprodução/ND

O que explica o tubarão-da-Groenlândia viver tantos anos?

Um estudo sequenciou o DNA do tubarão-da-Groenlândia. O resultado do mapa do genoma pode ajudar a descobrir quais mecanismos permitem que um organismo sobreviva, se desenvolva e se reproduza.

“A dimensão enorme do genoma do tubarão-da-Groenlândia se deve principalmente à presença de elementos repetitivos e muitas vezes autorreplicantes”, explicou Alessandro Cellerino, neurobiologista do Instituto Fritz Lipmann e da Normale e um dos autores do estudo.

“Esses elementos transponíveis, às vezes chamados de genes saltadores e muitas vezes considerados parasitas genômicos, representam mais de 70% do genoma deste animal. Um alto conteúdo de repetição é muitas vezes considerado prejudicial, pois os genes saltadores podem danificar o DNA. No caso do tubarão-da-Groenlândia, entretanto, isso não parece acontecer”, acrescentou Cellerino.

Os pesquisadores que sequenciaram o DNA do animal vertebrado suspeitam que a expansão de elementos transponíveis pode contribuir para a longevidade do tubarão-da-Groenlândia, já que muitos genes duplicados estão envolvidos na reparação de danos no DNA.

“Uma descoberta notável dos estudos genômicos comparativos é que as espécies de mamíferos de vida longa são excepcionalmente eficientes na reparação do seu DNA, e os resultados do nosso estudo parecem indicar que esses elementos [transponíveis], na sua duplicação, ‘sequestraram’ genes de reparação, que também foram duplicados”, concluiu o pesquisador italiano.

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