Homem que estuprou criança de 8 anos em 1998 é preso em Biguaçu com ajuda de tecnologia

Nesta terça-feira (12), após meses de investigação, agentes da Polícia Federal e do 24° Batalhão da Polícia Militar em Biguaçu prenderam um homem que estuprou uma criança de apenas 8 anos durante sete anos a partir de 1998. Segundo os agentes, foi necessário utilizar uma ferramenta tecnológica para envelhecer o rosto do homem e localizá-lo.

Criança foi estuprada dois oito aos 15 anos

Homem estuprou criança de apenas oito anos – Foto: Reprodução/Unsplash/ND

A história da criança

A primeira denúncia sobre o caso ocorreu em 2005 e desde então a Polícia vinha investigando o ocorrido. Em 2013, o indivíduo foi condenado por estupro de vulnerável e desde então estava foragido da polícia, tentando constantemente despistar as autoridades mudando de endereços.

Os estupros ocorreram dos 8 aos 15 anos da vítima na cidade de Lages. No entanto, anos depois, a Polícia descobriu que o homem havia se mudado para Biguaçu, e foi então que as investigações se deslocaram para o litoral catarinense.

Por aqui, os agentes da Polícia Federal e da Polícia Militar de Biguaçu, em conjunto, utilizaram ferramentas de envelhecimento para reconhecer o homem que estava foragido há tanto tempo e, assim, encontrá-lo.

Por meio de tecnologia agentes chegaram no autor do estupro da criança

Polícia envelheceu o rosto do homem para localizá-lo – Foto: Reprodução/Unsplash/ND

O homem está agora detido na Penitenciária Masculina de Florianópolis, onde deverá cumprir pelo menos mais 12 anos de pena em regime inicialmente fechado.

Segundo a Polícia Federal e a Polícia Militar, mais informações sobre o caso não podem ser divulgadas para não prejudicar as investigações.

Porque historicamente mulheres ‘demoram’ para denunciar estupros?

Em 2016 o núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo estimou que historicamente as mulheres demoram cerca de 10 anos para denunciar casos de abusos, sejam eles psicológicos, materiais, sexuais, físicos e afins. Isto acontece, segundo o estudo, por diversos motivos. 

Entre os motivos listados estão o estigma da sociedade, o medo de julgamento, e a dúvida da vítima sob si mesma (o).

Se você passa ou conhece alguém que passa por alguma situação do gênero neste link você encontra diversas formas de denunciar. 

A cada 8 minutos um estupro de criança ou mulher

A cada 8 minutos, uma menina ou mulher foi estuprada no primeiro semestre de 2023 no Brasil, maior número da série iniciada em 2019 pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

Foram registrados 34 mil estupros e estupros de vulneráveis de meninas e mulheres de janeiro a junho, o que representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

A cada 8 minutos uma criança ou uma mulher é estuprada no Brasil

A cada 8 minutos uma criança ou uma mulher é estuprada no Brasil – Foto: Reprodução/Unsplash/ND

Os dados compilados pelo Fórum, divulgados em novembro do ano passado, apontam ainda que os feminicídios e homicídios femininos cresceram 2,6% no período, em comparação ao mesmo período de 2022.

Foram 722 mulheres vítimas de feminicídio – quando o crime ocorre por razões de gênero. Mais 1.902 foram assassinadas e tiveram os casos registrados como homicídio. A entidade avalia que os números mostram que o estado brasileiro segue falhando na tarefa de proteger suas meninas e mulheres.

Afinal, o que é definido pela lei como estupro de vulnerável?

A violência sexual contra crianças e adolescentes é definida como qualquer ato sexual entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente que tenha por finalidade estimular sexualmente a criança e/ou adolescente, assim como utilizá-la para obter qualquer tipo de estimulação sexual.

Também se define quanto ao envolvimento de crianças e adolescentes que, por serem dependentes e imaturos quanto ao seu desenvolvimento, não têm condições de compreender integralmente as atividades sexuais em que se veem envolvidos e, portanto, são incapazes de dar o consentimento.

De modo amplo a violência sexual inclui a pedofilia, abusos sexuais violentos e o incesto, e são divididos entre intrafamiliar e não familiar.

*Esta matéria não possui nenhuma foto da vítima para não expor uma criança menor de idade como instituído pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.