Cardeal Parolin e Presidente Pezeshkian, do Irã, falam ao telefone

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, conversou com o novo presidente do Irã para expressar a preocupação da Santa Sé com o risco de uma escalada da guerra

Da redação, com Vatican News

Cardeal Pietro Parolin e o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian / Fotos: Matteo Minnella-A3-Contrasto via Reuters Connect e Reprodução Reuters

Enquanto se aproxima a sombra do esperado ataque iraniano a Israel, que, de acordo com fontes dos Estados Unidos, poderia ocorrer já nas próximas 48 horas, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, teve uma conversa telefônica na manhã desta segunda-feira, 12, com o novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian. Diálogo, negociações e paz; não ao aumento de um conflito que já é “muito sério” por si só: esses foram os pontos indicados pelo cardeal ao líder iraniano durante a conversa por telefone, que foi relatada pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.

O telefonema entre Parolin e o presidente iraniano

O cardeal, diz a nota, felicitou o presidente, eleito para liderar a República Islâmica no início de julho, pelo início do seu mandato, que começou em 28 de julho. No telefonema foram tratados “temas de interesse comum”, mas, acima de tudo, Parolin “expressou a séria preocupação da Santa Sé com o que está acontecendo no Oriente Médio, reiterando a necessidade de evitar de qualquer forma que se aumente o gravíssimo conflito em curso e preferindo, em vez disso, o diálogo, a negociação e a paz”.

Ataque

Como se sabe, espera-se um ataque do Irã contra Israel como resposta à morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado em 31 de julho em Teerã. Em abril, o Irã já havia lançado um ataque contra Israel com dezenas de drones e mísseis, alguns dos quais interceptados nos céus da Jordânia e da Síria, que não causaram muitos danos ou vítimas. Também naquela oportunidade havia sido uma resposta ao ataque israelense a Damasco de 1º de abril, no qual o general de brigada Mohammad Reza Zahedi, alto comandante da Força Quds do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (Irgc), tinha sido morto.

O apelo do Papa

Desta vez, o risco é mais sério e houve apelos de toda a comunidade internacional para evitar um ataque que colocaria em risco a estabilidade de toda a região do Oriente Médio.

Até mesmo o Papa, ao final da Audiência Geral da última quarta-feira, reiterou o “apelo a todas as partes envolvidas para que o conflito não se alastre e que o fogo cesse imediatamente em todas as frentes, começando por Gaza onde a situação humanitária é muito grave e insustentável”. “Rezo”, acrescentou Francisco, “para que a busca sincera pela paz extinga as contendas, o amor vença o ódio e a vingança seja desarmada pelo perdão”.

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