SUS terá novo teste de HPV que pode antecipar diagnóstico da doença em até 10 anos

O Ministério da Saúde anunciou esta semana a incorporação ao SUS (Sistema Único de Saúde) de um teste para detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como inovador.

Pessoa em laboratório usando luva e touca manipulando o teste de HPV

Dados mostram que pelo menos uma mulher morre a cada 90 minutos por câncer de colo de útero. Teste de HPV vai ajudar a rastrear o câncer e salvar vidas – Foto: Renato Araújo/Agência Brasília/Reprodução/ND

SUS vai incorporar novo teste de HPV

A tecnologia do teste de HPV utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o rastreamento do câncer do colo do útero.

Professor e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o ginecologista Júlio César Teixeira conduz, há quase sete anos, um programa de rastreamento de HPV que utiliza o teste agora será disponibilizado na rede pública.

Em entrevista, o médico confirmou o caráter inovador do teste e explicou que a proposta é que ele passe a substituir o exame popularmente conhecido como Papanicolau.

“É um teste feito por máquina, ou seja, tem um erro próximo de zero, enquanto o Papanicolau tem muitas etapas onde há muita interferência humana”.

Ainda de acordo com o ginecologista, a tecnologia permite que o teste de HPV seja feito apenas de cinco em cinco anos, enquanto o rastreio do vírus pelo Papanicolau deve ser realizado a cada três anos.

Teixeira também detalhou a relação da infecção por HPV com alguns tipos de câncer que vão além do câncer de colo de útero, como o de boca, na vulva, no pênis e no canal anal.

Pessoa aplicando vacina no braço de uma mulher

Vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução/ND

Para o especialista, a testagem do HPV, somada à vacinação precoce em adolescentes com até 15 anos, pode mudar o cenário de saúde pública no país.

Atualmente, 16 mil mulheres morrem por câncer de colo de útero anualmente no Brasil – uma a cada 90 minutos, com idade média de 45 anos. “Isso poderia ser evitado. Esse é o nosso foco.”

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