Suspeito confessa crime de duplo homicídio em Navegantes; saiba como aconteceu

Na manhã desta sexta-feira (12), a Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa visando esclarecer o duplo homicídio de mulheres que aconteceu em Navegantes, Litoral Norte de Santa Catarina, no dia 21 de junho, e ganhou repercussão nacional.

A principal novidade que a polícia trouxe foi que o suspeito, preso preventivamente, confessou que teria cometido o crime responsável por tirar a vida de Raquel Hostins e Carin Salomão.

Polícia Civil esclarece detalhes de duplo homicídio em Navegantes que ganhou repercussão nacional – Foto: Reprodução/ND

Conforme o delegado da Divisão de Investigação Criminal de Itajaí (DIC), Roney Péricles, a polícia conseguiu angariar imagens e outros elementos para buscar uma dinâmica de como todo o crime teria ocorrido.

Provas técnicas também foram buscadas em conjunto com a Polícia Científica, sendo que os laudos já vêm sendo encaminhados e corroboram com outros elementos informativos que a equipe de investigação conseguiu reunir, que incluem relatos testemunhais.

No primeiro interrogatório, no dia 22 de junho, o suspeito negou o envolvimento no crime, apresentando alguns álibis que, segundo a Polícia Civil, foram derrubados por não condizerem com as provas encontradas.

“É importante salientar o trabalho das forças de segurança catarinenses, tanto a Polícia Civil, como a Polícia Militar quanto a Polícia Científica, agiram de maneira bem célere buscando de imediato dar uma resposta a esse crime bárbaro.”, destaca Péricles.

Carin e Raquel foram identificadas como as vítimas do duplo homicídio – Foto: Reprodução/ND

Como aconteceu o duplo homicídio em Navegantes

O delegado conta que o suspeito confessou um desentendimento com a primeira vítima, Raquel, dentro da residência. Em meio a discussão, ele teria resolvido começar a golpeá-la com uma faca.

Segundo a confissão do homem, ele não estava apenas alcoolizado, mas teria feito uso de outras substâncias ilícitas no decorrer daquele dia e, de acordo com ele, isso contribuiu para a execução do crime.

Neste intervalo, a segunda vítima, Carin, teria chegado e a casa da amiga, sem saber o que estava acontecendo. Dessa forma, segundo a explicação de Péricles, o suspeito teria a golpeado para ocultar o primeiro homicídio e garantir a impunidade.

Conforme o primeiro laudo da Polícia Cientifica, não há sinais externos de violência sexual. Porém, o delegado afirma que outros materiais estão sendo analisados para verificar a hipótese.

Como aconteceu o duplo homicídio em Navegantes – Foto: Reprodução

O suspeito confirmou que teria ferido as duas mulheres com uma faca, mas afirmou que não se recorda da quantidade de golpes que desferiu, por estar embriagado. Ambas as vítimas tiveram ferimentos na região cervical e na área lateral e posterior do pescoço.

A PC também conseguiu, com a coleta de uma impressão plantar no presídio, comparar e confrontar com o que foi colhido no local do crime. Sendo o resultado positivo, atestando que se tratava do mesmo indivíduo.

O suspeito já tinha passagens pela polícia por roubo e violência doméstica. O delegado da DIC afirmou que o inquérito está sendo finalizado e encaminhado ao Poder judiciário para a análise tanto do Magistrado quanto do Ministério Público.

Na visão da Polícia Civil, o indivíduo detém um grau de peliculosidade considerável e a segregação cautelar se faz necessária. Péricles explica que, pelos crimes cometidos, o somatório poderia extrapolar 60 anos de prisão.

Crime não é considerado feminicídio

O delegado ainda explica que o crime não possui a qualificadora de feminicídio, pois o suspeito não possui um vínculo para isso, sendo apenas um encontro casual na mesma data que se deu o duplo homicídio.

Em relação à Raquel, segundo a Polícia Civil, o indivíduo responderá pelas qualificadoras do motivo fútil, meio cruel, e por não dar meios da vítima se defender.

Já em relação à Carin, ele responde tanto pelo meio cruel, como pela forma de ataque surpreendendo a vítima e para ocultar ou manter a sua impunidade do primeiro crime.

*Com informações da repórter Greici Siezemel