Lei do Retrofit e acordo com a Celesc vão renovar estética urbana de Florianópolis

Florianópolis vai ficar mais bonita. Foi sancionada pelo prefeito Topázio Neto a Lei do Retrofit, que possibilita a restauração de prédios antigos e a adaptação de espaços construídos para atender às necessidades atuais. Além disso, o prefeito assinou um protocolo, com a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), para reduzir a poluição visual e urbanística, focando na limpeza e organização das redes de telecomunicações para melhorar a paisagem urbana.

Os vereadores Diácono Ricardo, João Luiz, Maryanne Mattos, Manu Vieira e Victor Dias (representando o vereador Gabrielzinho) celebram a sanção da Lei do Retrofit junto com o prefeito Topázio Neto; presidente da Celesc, Tarcísio Rosa (à dir.) também assinou acordo - Foto: Divulgação/PMF

Os vereadores Diácono Ricardo, João Luiz, Maryanne Mattos, Manu Vieira e Victor Dias (representando o vereador Gabrielzinho) celebram a sanção da Lei do Retrofit junto com o prefeito Topázio Neto; presidente da Celesc, Tarcísio Rosa (à dir.) também assinou acordo – Foto: Divulgação/PMF

A sanção e a assinatura ocorreram no Centro, na rua Victor Meirelles, na presença de vereadores, secretários municipais e representantes da sociedade civil organizada. A cerimônia também rendeu homenagens ao vereador Gabrielzinho, um dos autores da lei, que morreu na segunda-feira (1º).

Retrofit irá transformar o centro de Florianópolis

O objetivo do Retrofit é beneficiar especialmente o Centro-Leste da cidade, transformando edifícios comerciais, muitos deles ociosos, em residenciais. No evento, Topázio Neto mencionou uma série de edifícios públicos que serão alvo das primeiras obras da prefeitura com base na nova lei.

É o caso da antiga sede dos Correios, às margens da Praça XV. “Foi cedido ao município e vamos trazer algumas secretarias para cá: a área de atendimento ao cidadão, a Casa do Empreendedor e um museu. Vamos transformar num espaço vivo da cidade”, declarou Topázio.

Conforme o prefeito, as medidas do Retrofit possibilitarão uma economia para a prefeitura que, atualmente, paga altos valores em aluguéis para abrigar secretarias. “Tudo que é prédio desocupado, no Centro da cidade, vamos usar a lei idealizada pelo Gabrielzinho, pelo Bruno Souza e pela Manu Vieira, para que a prefeitura possa utilizar. Com isso, valorizamos o patrimônio público, economizamos para a prefeitura e trazemos movimento para o Centro da cidade”, afirmou o prefeito.

Diretor de patrimônio da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de Florianópolis, Rafael Salim disse que este é um momento muito especial para o Centro Histórico. “O Retrofit é muito aguardado aqui, porque vemos como uma forma de trazer as pessoas para a região. A cultura de consumo mudou após a pandemia e precisamos de pessoas que morem perto de onde vão consumir. A lei vai ajudar a região trazendo pessoas para morar no centro”, disse.

Limpeza no visual e redução do risco de acidentes

Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa lembrou que, quando os postes foram inventados, se destinavam à energia elétrica e, hoje, energia elétrica é muito pouco. “Queremos limpeza e segurança. Cabos pendurados trazem risco de acidente de moto ou bicicleta. Então, esse convênio com a prefeitura e as empresas de telecomunicações é importante para colocar regra”, frisou o presidente.

Ele disse que, na próxima segunda-feira (8), vai se reunir com representantes das empresas para estabelecer as diretrizes. Além de reduzir a poluição visual e reduzir riscos de acidentes para moradores e profissionais, o protocolo quer garantir a integridade dos equipamentos de iluminação pública e energia elétrica.

A medida combate a ocupação clandestina, com ações para regularizar a utilização de postes de energia, evitando a instalação não autorizada. “Queremos o que a população quer. Uma rede organizada e com segurança. Além da beleza, porque tem um emaranhado de fios e ninguém sabe para que serve”, defendeu o presidente da Celesc.

Segundo ele, a estatal vem fazendo trabalhos de limpeza, como na Lagoa da Conceição, e vai seguir. “Devemos ter mais de 60 operadoras de comunicação em Florianópolis, mas nem todas estão regulares. Algumas simplesmente estendem os cabos sem consultar a Celesc. Queremos organizar isso”, declarou Tarcísio.

Ele disse ainda que a intenção da Celesc é começar o trabalho no Centro e que vai sugerir isso ao prefeito. O diretor da CDL Florianópolis, Rafael Salim, também celebrou a assinatura. “Visualmente vai dar uma limpeza aqui. Tivemos a revitalização das ruas, a caminhabilidade melhorou, mas temos essa questão da fiação, que torna o ambiente feio. Com essa limpeza, vai melhorar muito a questão visual da região. Estamos muito felizes com essas mudanças. Quem viu o Centro Histórico há três anos e vê hoje percebe uma grande mudança”, completou.

Licitação para restauro da Escola Antonieta de Barros é autorizada

Na mesma cerimônia, o prefeito Topázio assinou a autorização para a licitação da reforma da Escola Antonieta de Barros, no Centro da Capital.

Leidiane Sampaio disse que comunidade está na expectativa pelo início das obras de restauração da escola, no Centro - Foto: Divulgação/PMF

Leidiane Sampaio disse que comunidade está na expectativa pelo início das obras de restauração da escola, no Centro – Foto: Divulgação/PMF

Abandonada há anos, a estrutura receberá investimentos de mais de R$ 5 milhões para o restauro e, posteriormente, vai abrigar o Museu de Antonieta de Barros e o Centro de Memória, Cultura e Arte Negra Catarinense. “Nós, enquanto representantes da sociedade civil, aguardamos muito por esse momento. Para a população negra de Florianópolis, a autorização da licitação que a prefeitura faz é muito importante. Nossa expectativa é que deem início ao restauro”, afirmou a Leidiane Sampaio, do Movimento Antonieta Resiste.

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