350 lesados por empresa de SC criam associação para tentar recuperar prejuízo bilionário

Cerca de 350 acionistas que investiram na VR Brasil Patrimonial, empresa de investimentos imobiliários com sede em São José, na Grande Florianópolis, criaram uma associação para realizar representação jurídica de forma conjunta. O principal objetivo da entidade é recuperar os investimentos perdidos, estimados em quase R$1 bilhão.

A Associação dos Cotistas lesados da VR Brasil tem o objetivo de ser a representação jurídica de investidores que se sentem prejudicados pelo prejuízo da empresa - Foto: Reprodução/Freepik

A Associação dos Cotistas lesados da VR Brasil tem o objetivo de ser a representação jurídica de investidores que se sentem prejudicados pelo prejuízo da empresa – Foto: Reprodução/Freepik

Fundada no final de maio, a ACLVR (Associação dos Cotistas Lesados da VR Brasil) já atua de forma direta no caso, contando com representações no MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

“Contratamos assessoria jurídica e de imprensa. Além disso, tentamos aconselhar e assessorar a todos os associados que precisam neste momento”, pontua a associação.

Associação busca recuperar prejuízo bilionário

As promessas de rentabilidade chegavam a 3,3% ao mês sobre investimentos em imóveis em Santa Catarina. Assim, os cotistas aplicavam valores altos nas contas da VR Brasil. Quanto maior o investimento, maior seria o retorno.

Os pagamentos prometidos aconteceram normalmente até o início de 2024, quando a empresa parou de distribuir os rendimentos aos investidores. Algumas pessoas chegaram a investir quase R$ 1 milhão na empresa.

Morte de Márcio Ramos, único sócio proprietário da VR Brasil, agravou a crise na empresa - Foto: Reprodução/VR Brasil

Morte de Márcio Ramos, único sócio proprietário da VR Brasil, agravou a crise na empresa – Foto: Reprodução/VR Brasil

Levantamentos iniciais feitos a partir de documentos da empresa apontam que quase 2.500 pessoas não tiveram seus investimentos retornados. No entanto, a associação estima que mais de 5 mil pessoas espalhadas por seis Estados do Brasil foram afetadas pelo prejuízo.

O caso se agravou a partir da metade de maio, após o único sócio administrador da empresa, Márcio Ramos, morrer em um acidente de moto.

Investidor conseguiu arresto de bens da empresa

Um dos investidores entrou com processo para impedir que a empresa faça uso do valor que lhe é devido. A decisão determinou que um montante de quase R$ 1 milhão, entre bens móveis e imóveis, fosse apreendido pela justiça, de modo a poder ser utilizado como pagamento futuro da dívida, em um processo chamado de arresto.

O advogado da empresa, Ângelo Coelho, afirmou que essa foi uma iniciativa individual do investidor e não tem relação com outras decisões coletivas dos cotistas.

Caso segue sendo investigado

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal e também pelo Ministério Público. A investigação busca entender se as ações da VR Brasil atentam contra o Sistema Financeiro Nacional.

A ACLVR afirma que ingressou com representação junto ao MPSC visando responsabilizar todas as partes envolvidas na causa do prejuízo, com o objetivo de ressarcir os cotistas lesados.

O advogado da VR Brasil iniciou um pedido de recuperação judicial para evitar que a empresa entre em falência, mas ainda não chegou a um acordo para os termos do negócio.

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