Biofábrica de combate à dengue é inaugurada em Joinville; estrutura abrigará método Wolbachia

A biofábrica do Método Wolbachia foi inaugurada em Joinville, no Norte de Santa Catarina, nessa segunda-feira (1º). O local será o ponto de produção dos Wolbitos, mosquitos que vão ajudar a combater a dengue na cidade.

Biofábrica de combate à dengue é inaugurada em Joinville; estrutura abrigará método Wolbachia

Biofábrica de combate à dengue é inaugurada em Joinville; estrutura abrigará método Wolbachia – Foto: Prefeitura de Joinville/Reprodução/ND

A unidade fica localizada no bairro Nova Brasília, na antiga UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família), que passou por melhorias para abrigar o ambiente. O espaço recebeu investimentos de, aproximadamente, R$ 335 mil em manutenção e adequação do prédio, além de climatização e mobiliário.

A biofábrica também começou a receber equipamentos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que serão instalados nas próximas semanas. A expectativa é de iniciar a soltura dos primeiros mosquitos Wolbitos ainda no mês de julho.

“Iniciamos as tratativas para implantação desse método ainda em 2021. O método Wolbachia trouxe excelentes resultados dentro e fora do Brasil e temos certeza de que será um grande aliado de Joinville na luta contra a dengue”, afirma o prefeito de Joinville, Adriano Silva.

De acordo com o líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Andrade Moreira, até hoje, as biofábricas locais que a equipe vinha trabalhando eram estruturas simples com produção artesanal.

“A gente vai começar aqui em Joinville com equipamentos bastante modernos, automatizados para melhorar a eficiência da produção desses mosquitos. Os equipamentos vêm de Singapura e da China, foram financiados pelo Ministério da Saúde e vão proporcionar uma melhor eficiência de produção, para que a gente possa liberar os Wolbitos aqui em Joinville”, afirma.

A implementação do método Wolbachia em Joinville ocorre por meio de uma ação conjunta entre a Prefeitura de Joinville, Fiocruz, World Mosquito Program (WMP), Governo de Santa Catarina e Ministério da Saúde.

Estrutura da biofábrica

A estratégia do método consiste na introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus, não só da dengue, mas zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dessas doenças.

Para isso, o processo na unidade começa na sala de “Preparação”. É neste espaço que os ovos de Wolbitos, serão eclodidos em um equipamento automatizado.

As larvas são transferidas para um segundo equipamento para serem contadas e divididas em grupos de 7 mil. Elas então vão para a “Sala de Larvas”, onde há bacias com água. As larvas recebem alimento para desenvolvimento por até sete dias.

Quando se tornam pupas, estágio entre larvas e mosquitos adultos, voltam para um equipamento automatizado para sexagem e então são separadas em grupos menores, com 250 machos e fêmeas. As pupas vão para a “Sala de Tubos” e eclodem em até 48 horas, quando se tornam mosquitos Wolbitos e estão prontos para a soltura.

A biofábrica conta também com a sala DML, onde são armazenados materiais; um almoxarifado; uma sala de limpeza, onde os equipamentos são higienizados; e uma copa.

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