Energia a gás: uma aliada do processo de Transição Energética Justa

O gás natural está presente no cotidiano da população das mais diferentes formas. Ele pode ser combustível de veículos, estar no abastecimento das residências, comércios e indústria. Além, de ser usado na geração de energia pelas termelétricas e como matéria-prima para fertilizantes.

O gás natural é diferente daquele gás de cozinha que conhecemos, o GLP, vendido em botijões. Ele vem por tubulações subterrâneas.

Foto tubos de gás natural

O Brasil também recebe gás de outros países – Foto: Divulgação/ND

A origem está nos reservatórios terrestres ou marítimos, mas também nos reservatórios de petróleo, sendo chamado de gás associado. São nas unidades de processamento que o gás é direcionado para as diferentes formas comerciais.

O Brasil também recebe gás de outros países, como da Bolívia que, desde 1999, envia o material por um duto de mais de três mil quilômetros. Em Santa Catarina, desde o ano 2000, é pelo gasoduto Brasil — Bolívia que o gás natural chega em mais de 70 cidades.

A indústria cerâmica é o maior consumidor da energia a gás em SC

O setor da indústria cerâmica do Estado é maior consumidor da energia a gás, o diretor-presidente da SCGás, Otmar Müller, explica que o gás natural contribuiu muito para expansão da atividade, trazendo mais desempenho na fabricação os produtos.

“Essa revolução no setor de cerâmica foi uma inovação disruptiva, o consumo energético para cada quilo de cerâmica produzida era na ordem de 1400 quilo/caloria. Com a nova tecnologia, hoje, se consome em torno de 450 quilo/caloria”, conta.

Além disso, ele explica sobre as emissões de gases do efeito estufa e garante:

“O advento do gás natural, além de menos emissões de gases do efeito estufa, fez o consumo energético diminuir muito pela qualidade do gás natural e a limpeza do gás natural em comparação com os combustíveis que se usava anteriormente”, explica Müller.

Estado se esforça para aumentar a oferta

Na matriz elétrica brasileira, o gás natural representa 9,3%. Em Santa Catarina há esforços para aumentar a disponibilidade e oferta, ampliando o número de consumidores.

A Diamante Energia planeja colocar em funcionamento em Garuva, no Norte do Estado, uma usina termelétrica a gás. A empresa está elaborando um projeto para poder participar de um leilão, conforme explica o CEO da Diamante Energia, Pedro Listek.

“A gente tem visto o aumento bastante importante da geração renovável do Brasil, mas o que está acontecendo nesse aumento significativo é que o país está começando a precisar de energia para cobrir ponta e para cobrir as indisponibilidades das usinas renováveis”, detalha.

Imagem de uma fábrica de gás natural

Apesar de uma boa opção na geração de eletricidade, energia a gás ainda é uma fonte não renovável — Foto: Freepik/Divulgação/ND

“O Brasil deve estar com uns 20 gigawatts de geração solar, então quando acaba o sol, você tem instantaneamente a necessidade de injetar 20 gigawatts no sistema para poder justamente compensar aquela geração que deixou de ser produzida em função do sol ter se posto. Dessa forma, essas usinas passam a ter uma importância muito grande para o país porque conseguem operar no horário em que as renováveis começam a ter problema de intermitência”, avalia Listek.

O CEO da Diamanete Energia ressalta que o funcionamento da usina é mais uma ação em prol da Transição Energética Justa e da segurança energética da população.

“O que a gente realmente precisa fazer é garantir que a gente tenha segurança energética e a segurança energética a gente só consegue com este tipo de usina”, conclui.

Otmar Müller, presidente da SCGás, também acredita no potencial do gás no processo de transição energia. Não só no uso feito pela indústria, mas na geração de eletricidade.

“O gás natural usa processos mais eficientes de conversão de energia térmica em energia elétrica e com emissões de gases de efeito estufa. Então, o gás natural, com certeza, continuará desempenhando um papel muito importante para redução das emissões desses gases”, avalia Müller.

Energia a gás: só que ainda é uma fonte não renovável

Apesar de uma boa opção na geração de eletricidade, ser uma boa matéria-prima para indústria, emitir menos gases poluentes na atmosfera e apresentar alta produtividade, o gás natural ainda é uma fonte não renovável.

Na matriz elétrica brasileira, o gás natural representa 9,3%. – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Por isso, o processo de Transição Energética Justa busca a complementariedade das fontes. Isto é, a participação de todas as fontes de energia para que o país e o consumidor tenham segurança energética todas as horas do dia.

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