Defesa tentar soltar prefeito de Cocal do Sul da prisão nesta sexta-feira: ‘ele sairá em breve’

O advogado do prefeito de Cocal do Sul – Fernando de Fáveri (MDB) -, Marcos Rinaldo Fernandes, tenta a soltura do agente político ainda nesta sexta-feira (21). O chefe do executivo foi preso durante a segunda fase Operação Fundraising na última quarta-feira (19).

Defesa do prefeito de Cocal do Sul se manifesta

Coletiva ocorreu na manhã desta sexta-feira (21) – Foto: Rachel Schneider/NDTV Criciúma

As diligências buscam desarticular uma suposta quadrilha, liderada por um grupo empresarial especializado em fraudar licitações para desvio de verba pública. Segundo a investigação, o esquema também envolve o recrutamento de servidores públicos para as irregularidades.

Prefeito de Cocal do Sul foi preso durante diligências

Na manhã desta sexta-feira, o advogado convocou uma coletiva tratar sobre o caso. “Em Cocal do Sul, nós estamos absolutamente tranquilos. O prefeito esteve comigo das 6h às 18h, quando foi recolhido, e me disse, pelo menos uma centena de vezes, que era inocente”, disse Fernandes.

“Por uma leitura corporal e ouvindo o cliente, a gente sentia que ele realmente não tinha absolutamente nada a ver com essa ilicitude. Nós concordamos que essa operação tem que continuar e o prefeito deseja que, rotineiramente, essas operações sigam para dar continuidade à quebra da corrupção do país”, pontua o advogado.

Ainda segundo o assessor jurídico, a investigação vem de Brasília e, supostamente, três pessoas oferecem empresas para contratações de serviços considerados “normais” pelos municípios. “Essas empresas, o dizem os autos, são contratadas e oferecem favores para que se dividam recursos entre todos”, enfatiza o representante.

Os prefeitos tiveram as prisões preventivas cumpridas na Operação Fundraising – Foto: Gaeco/Divulgação/ND

A contratação de uma dessas empresas, por parte da Prefeitura de Cocal do Sul, aconteceu em 2023. “Foi um contrato de R$ 48 mil e que, se fosse uma intenção danosa do prefeito aos cofres públicos, ele faria no teto máximo, que é R$ 59 mil”, explica o advogado. “Quando o prefeito percebeu que estava tendo uma precariedade da empresa, ele mandou sustar os quatro últimos pagamentos”, acrescenta.

A empresa em questão oferecia o trabalho de agendamento para reuniões com os ministérios, entrega de documentos para captação de recursos, além de contatos para que os municípios possam ir à Capital Federal.

“Pode-se questionar, por que Cocal do Sul entrou na operação? É com muita obviedade que se tem com evidência o que aconteceu. Foi colocada uma rede de pesca que teve contato com essas empresas, sendo que o município tinha um contrato de R$ 48 mil”, detalha o advogado.

Conforme a defesa, ainda nesta sexta-feira, a resposta sobre o pedido de soltura deve ser formalizada. “Nós estamos trabalhando incessantemente, até o presente momento, na quebra da prisão preventiva. Ainda hoje, deveremos ter notícias”, frisa Fernandes.

“Ele sairá em breve”, afirma o advogado de Fernando de Fáveri

“Ele sairá em breve, esse processo se alongará por certo tempo e o prefeito provará imediatamente na sua defesa prévia, que não há nenhuma mácula e nenhum documento sequer que possa condená-lo”, acrescenta o advogado.

Outros três prefeitos, do Oeste de Santa Catarina, foram presos durante as diligências. São eles: Clori Peroza (PT) – Prefeita de Ipuaçu; Marcelo Baldissera (PL) – prefeito de Ipira e Mário Afonso Woitexem (PSDB) – prefeito de Pinhalzinho.

Sobre a Operação Fundraising

A segunda fase da operação, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) e pelo Geac (Grupo Especial Anticorrupção), mirou em 23 municípios de SC e cumpriu 63 mandados de busca e apreensão e 11 de prisões preventivas; cinco contra servidores públicos.

Operação cumpriu mandados em 23 cidades catarinenses, entre eles, Cocal do Sul, no Sul do Estado – Foto: Rafael Niero/ND

A polícia apurou que a quadrilha é liderada por um grupo que afirma prestar serviços de consultoria e de assessoramento para captação de recursos públicos. Sob esse pretexto, os envolvidos teriam direcionado licitações em municípios de SC com empresas que não tinham comprovação de atividade, ou seja, poderiam nem existir.

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