“Avatar: a lenda de Aang” chega à Netflix em uma nova versão live action

Assim como água e fogo são extremos opostos, ar e terra costumam ocupar posições bem distintas — todos juntos, no entanto, formam um grande equilíbrio. A busca pela harmonia é a alma de “Avatar: a lenda de Aang”, um desenho que estreou há quase 20 anos e agora se tornou uma série live action da Netflix.

Aang, Katara e Sokka são os personagens principais de "Avatar: A Lenda de Aang"

Após quase 20 anos do desenho original, “Avatar: A Lenda de Aang” chega à Netlfix nesta quinta-feira (22) – Foto: Divulgação/Netflix

Na aventura, conhecemos um garoto de 12 anos, Aang, que desperta após ficar 100 anos congelado e se depara com um mundo diferente. As quatro nações, uma representando cada elemento, vivem em meio a uma tenebrosa guerra.

Ao lado dos novos amigos, Katara e Sokka, Aang percebe que é o único capaz de pôr fim ao domínio da nação de fogo e às ameaças que assolam o povo. Para isso, porém, ele precisa abraçar o papel que foi destinado a ele: ser o Avatar, um mestre em manipular os quatro elementos.

Repleta de batalhas, de duelos entre rivais a grandes combates entre nações, “Avatar: a lenda de Aang” durou três temporadas e teve 61 episódios, que foram ao ar entre 2005 e 2008. A produção norte-americana, criada pela Nickelodeon, foi sucesso de audiência e recebeu prêmios como o Emmy e o Annie Awards, o “Oscar da Animação”.

A nova aventura – Avatar: A Lenda de Aang

A nova série chega à Netflix com oito episódios nesta quinta-feira (22), após seis anos em desenvolvimento. O seriado deve funcionar como uma reimaginação da história original, ampliando a evolução dos personagens e trazendo surpresas aos fãs mais antigos.

A intenção é trazer um tom mais sério que o do desenho, com um realismo impressionante empregado aos cenários e criaturas fantásticas.

Adaptação para a telona

A nova série não é a primeira vez que as aventuras de Aang ganham vida com atores em carne e osso. Em 2010, o diretor M. Night Shyamalan escreveu e dirigiu o filme “O último mestre do ar”, que adaptou a primeira temporada do desenho.

A ideia original era fazer uma trilogia, mas o fracasso da produção e as críticas negativas dos fãs fizeram o estúdio abandonar os planos. Nem mesmo os criadores da série aprovaram o resultado.

Desenvolvendo habilidades

Logo no começo do desenho, Aang já é naturalmente um dobrador do ar, capaz de usá-lo a seu favor para ganhar velocidade, mover objetos e até mesmo voar, com a ajuda de um planador. O desafio, portanto, é dominar água, terra e fogo.

Cada poder, explorado a partir das dobras dos elementos, tem o seu mérito. Há também as subdobras, que incluem habilidades mais avançadas.

O aprendizado vem quando o garoto visita as mais diversas tribos e nações. Vendo de perto essas realidades discrepantes e, em alguns casos, bastante afetadas pela guerra, temos um vislumbre do que um regime extremista e um mundo tomado pelo caos podem provocar.

Grandes trocas

A animação "Avatar: A Lenda de Aang" estreou em 2005, na Nickelodeon

A animação “Avatar: A Lenda de Aang” une aspectos cartoons com anime – Foto: Divulgação

A jornada de Aang, bem como qualquer percurso grandioso, é constituída de dificuldades. No caso dele, o saber nem sempre vem de bandeja. É preciso persistir e treinar para entender os atributos de cada elemento.

É aí que entra a paciência: nem sempre iremos assimilar essas lições sozinhos, mesmo que possamos pesquisar infinitamente. O treinamento do protagonista mostra como a vida é feita de grandes trocas e como o diálogo é crucial.

Conversar com outras pessoas e ouvi-las permite que absorvamos o melhor do conhecimento de cada uma, sejam elas dobradores de ar, parentes, professores ou colegas. Da mesma forma, podemos passar adiante esse aprendizado.

Aang conhece e reencontra os mais variados parceiros, que o introduzem a percepções às quais ele jamais teria acesso se ficasse estagnado. Isso fica ainda mais evidente quando conhecemos figuras excêntricas ou bem diferentes de nós, com estilos, vivências e até pontos de vista distintos.

Uma sequência, “Avatar: a lenda de Korra”, estreou na TV em 2012 e se passa 70 anos após o fim da série original. Os 52 episódios dessa série também estão disponíveis na Netflix.

As quatro dobras

Água

Nação: Tribo da Água

Uma das vantagens dos dobradores dessa nação é o poder de manipular a água em seus três estados: sólido, líquido e gasoso. Eles podem criar instrumentos congelados para duelos e, no nível avançado, curar e manipular o sangue dos oponentes. Os movimentos são inspirados na arte marcial chinesa tai chi chuan.

Terra

Nação: Reino da Terra

Estes dobradores controlam a terra e as rochas nas mais variadas formas, atingindo seus inimigos com isso ou comprometendo o chão onde estão. Também podem se locomover quando posicionados em superfícies, além de desenvolver subdobras que dominam a lava, a areia e o metal. A base para os movimentos veio do Hung Gar, um estilo do kung fu.

Fogo

Nação: Nação do Fogo

Os ataques dos dobradores de fogo são ferozes e gerados a partir dos próprios guerreiros, sem precisar de uma fonte do elemento. Eles têm o poder de manipular chamas, que podem ser direcionadas aos inimigos, além de dilacerar objetos, criar círculos com labaredas e conjurar escudos de fogo.

As subdobras incluem a combustão e o controle e redirecionamento de raios. Os golpes foram inspirados no estilo de kung fu Shaolin do Norte.

Ar

Nação: Nômades do Ar

Usada para encontrar paz e liberdade, essa dobra é a mais defensiva e dinâmica das quatro. Por estar presente ao nosso redor, se torna um elemento facilmente manipulável.

Os dobradores criam ventanias, golpes e escudos com o ar, com as subdobras indo da projeção espiritual à capacidade de regular a temperatura. O estilo de kung fu Ba Gua inspirou esses movimentos.

Lições

Além das cenas de luta, "Avatar: A Lenda de Aang" trata de assuntos que podem ser lições para a vida

Para além das cenas de ação, a animação mostra ensinamentos que podem ser levados para a vida – Foto: Divulgação

“Avatar: a lenda de Aang” faz refletir sobre a valorização dos nossos antepassados. A conexão com aqueles que vieram antes de nós nem sempre é direta, mas se perpetua de maneiras que nem podemos imaginar. Lembrar do legado que foi deixado para nós, bem como aquele que deixaremos, pode dar uma perspectiva mais clara da vida.

E o que seria de qualquer jornada sem as boas companhias? Aang é cercado por amizades autênticas, que o estimulam a evoluir. Ao lado de figuras assim, há como ter clareza na hora de tomar decisões e treinar a capacidade de perdoar.

Também não adianta ter os poderes mais surreais e não desenvolvê-los com sabedoria. O autocontrole do herói, no fim das contas, é a chave para tomar as rédeas do próprio destino.

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