Desigualdade salarial: mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos do que homens

Um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), intitulado “Mulheres no Mercado de Trabalho”, apontou que, apesar de uma melhora nos últimos 10 anos, existe uma persistente desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Foto mostra homens e mulheres trabalhando em uma fábrica. Imagem ilustra matéria sobre desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Desigualdade salarial persiste, apesar de leve melhora – Foto: Arquivo/Agência Brasil

O levantamento divulgado nesta terça-feira (5) mostrou que na última década, houve uma diminuição na desigualdade salarial de 6,7 pontos percentuais, de 72 em 2013 para 78,7 em 2023.

A amostra mensurou a paridade de gênero em uma escala padronizada de 0 a 100, de modo que, quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens.

Ainda falta bastante para chegar ao nível 100 e alcançar igualdade salarial entre os gênero. No entanto, esta mudança sugere uma lenta, porém progressiva, melhoria na paridade dentro do país.

Foto mostra duas mulheres vestindo roupa social olhando para um tablet. Imagem ilustra matéria sobre desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Mulheres são, em média, mais escolarizadas que os homens – Foto: Freepik/Divulgação/ND

Além disso, o levantamento aponta que as mulheres são, em média, mais escolarizadas que os homens. Enquanto as mulheres possuem, em média, 12 anos de estudo, os homens ficam um pouco atrás com 10,7 anos.

Este dado enfatiza um contraste, onde, apesar de uma maior qualificação educacional, as mulheres continuam a receber salários menores do que os homens no mercado de trabalho.

“As diferenças entre gêneros têm reduzido ao longo da última década, mesmo que a passos lentos. Nos últimos anos, houve uma aceleração do crescimento da paridade salarial entre mulheres e homens. Mas precisamos continuar avançando, e rápido”

RICARDO ALBAN, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI)

 

Mulheres também tem uma jornada maior em trabalho de cuidado – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Trabalho de cuidado

O estudo também destaca a jornada de trabalho reprodutiva (atividades domésticas e de cuidados com familiares) que foi, entre empregados, de 17,8 horas semanais para mulheres e de 11 horas para homens em 2022.

A diferença é maior entre os desocupados (que inclui desempregados). nesse caso, as mulheres exercem 24,5 horas semanais de trabalho e os homens, 13,4 horas.

Políticas afirmativas para diminuir desigualdade salarial

Divulgada em março do ano passado, a pesquisa Mulheres na Indústria mostrou que 6 em cada 10 empresas do setor contavam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero.

O levantamento também apontou que, entre os instrumentos mais usados pelas empresas para diminuir a desigualdade salarial entre homens e mulheres na indústria, os mais mencionados são:

  • política de paridade salarial (77%);
  • política que proíbe discriminação em função de gênero (70%);
  • programas de qualificação de mulheres (56%);
  • programas de liderança para estimular a ocupação de cargos de chefia por mulheres (42%);
  • licença-maternidade ampliada por iniciativa da empresa para seis meses (38%).

 

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