Casos de LGBTIfobia em SC crescem 21% em um ano; 5 morreram em 2023

Os casos de LGBTIfobia em Santa Catarina cresceram cerca de 21% entre janeiro e abril de 2023 para o mesmo período de 2024, apontou a Polícia Civil. Além disso, cinco pessoas morreram, vítimas do crime, no ano passado, segundo o Dossiê de LGBTIfobia Letal.

Foto mostra bandeira com as cores do arco-íris esvoaçante com o céu azul atrás, imagem é utilizada em matérias que traz dados de LGBTifobia em SC

17 de maio marca o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia Foto: Reprodução/ND

O Dossiê traz dados sobre violência e a violação de direitos LGBTI+. A sigla abrange pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.

Em 17 de maio é celebrado o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. A data foi escolhida para marcar o dia em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu remover a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, em 1990.

De acordo com dados da Polícia Civil repassados ao Cidade Alerta, Santa Catarina registrou 70 ocorrências relacionadas à LGBTfobia entre janeiro e abril de 2023. Esse número passou para 85 no mesmo período de 2024, um crescimento equivalente à 21%.

Já conforme o Dossiê de LGBTIfobia Letal, divulgado na terça-feira (14), cinco pessoas morreram de forma violenta, vítimas de preconceito, em Santa Catarina no ano passado. Três em Florianópolis, uma em Biguaçu e uma em Balneário Camboriú.

O Dossiê a Acontece Arte e Política LGBTI+, ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais e a ABGLT  (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).

O relatório aponta “lacunas significativas” no banco de dados da SSP-SC (Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina) em parceria com o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Segundo eles, não é possível filtrar os crimes para saber se são casos de LGBTfobia. Além disso, foi apontado uma “falta de precisão no registro do gênero ou sexo das vítimas” nos BOs (Boletins de Ocorrência).

No Brasil, uma pessoa morreu por LGBTIfobia a cada 38 horas em 2023

O Dossiê de LGBTIfobia Letal denunciou que durante o ano de 2023, uma pessoa morreu, vítima do preconceito, a cada 38 horas. Ao todo, foram registradas 230 mortes LGBT de forma violenta no país. Dessas mortes 184 foram assassinatos, 18 suicídios e 28 outras causas.

O número é o menor desde 2009, quando 199 pessoas morreram. Em 2020, o total de mortes LGBTI+ registradas pelo observatório foi de 237, em 2021 foi de 316 e em 2022 foram 273 casos.

Uma das vítimas pode ser a estudante Ana Caroline Campêlo, de 21 anos. A mulher lésbica teve a pele do rosto, o couro cabeludo, os olhos e as orelhas arrancados. A principal hipótese da justiça maranhense é que tenha se tratado de um caso de lesbofobia.

O crime ocorreu em 10 de dezembro de 2023, no município de Maranhãozinho, a 283 km da capital São Luís. Ana Caroline voltava para o trabalho de bicicleta quando desapareceu.

Ana Caroline trabalhava em uma conveniência de um posto de combustível e, segundo a polícia, havia se mudado para a cidade para morar com uma companheira, que não foi identificada.

Mortes violentas de LGBTI+ em números

  • 142 mulheres trans e travestis mortas
  • 59 gays mortos
  • 80 vítimas pretas e pardas,
  • 70 brancas e 1 indígena
  • 120 vítimas entre 20 a 39 anos
  • 70 mortes por arma de fogo
  • 69 mortes em período noturno
  • 11 suicídios por pessoas trans
  • 79 mortes tanto no Nordeste, como também no Sudeste
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