A reinvenção da democracia na era da inteligência artificial. Por Ana Abreu

Por Ana Abreu

A Inteligência Artificial (IA) está emergindo como um instrumento vital para aprimorar a integridade e eficiência dos processos eleitorais. Destaca-se o potencial da IA para otimizar logística e segurança, além de enfrentar problemas contemporâneos como desinformação, manipulação e viés algorítmico. A inserção da IA nas eleições, contudo, suscita importantes debates éticos, técnicos e regulatórios.

Os benefícios da IA incluem a análise de tendências de votação e comportamentos eleitorais, oferecendo perspectivas enriquecedoras para aprimorar a organização e execução das eleições. Sua capacidade de automatizar processos repetitivos também permite que os recursos humanos se dediquem a aspectos fundamentais da gestão eleitoral, visando a redução de custos e o incremento da eficiência operacional.

Ademais, a IA atua na preservação da integridade eleitoral, desenvolvendo ferramentas para detectar fraudes e garantir a autenticidade dos votos, apresentando métodos inovadores para salvaguardar os sistemas contra manipulações.

No entanto, a aplicação da IA não está isenta de desafios. A falta de transparência dos algoritmos pode levantar questões sobre a clareza das decisões e análises de dados, além do risco de manipulação algorítmica e uso indevido de informações para influenciar eleitores.

A publicação “Governança da Integridade Eleitoral: Sete Diretrizes para Diminuir Riscos e Potencializar Benefícios do Uso da Inteligência Artificial” de minha autoria com a professora Patrícia de Sá Freire, chega no momento em o Brasil se aproxima de eleições fortemente impactadas pela IA.

Nosso trabalho explora os desafios e oportunidades trazidos pela IA à integridade eleitoral, reconhecendo seus riscos — de segurança cibernética a desinformação — mas também seu potencial revolucionário para elevar a eficácia, segurança e justiça das eleições.

Por meio de um comprometimento com a metodologia científica e fundamentado em estudos e discussões internacionais recentes, propomos diretrizes práticas e teóricas para a governança da integridade eleitoral com o uso da IA.

Estas diretrizes visam maximizar os benefícios da IA para as eleições enquanto mitigam seus riscos, promovendo um cenário eleitoral mais equitativo, transparente e seguro. “Governança da Integridade Eleitoral” sugere a integração das capacidades da IA às exigências de transparência, justiça e segurança eleitoral, constituindo-se um convite à participação de todos os atores do processo eleitoral, desde autoridades a cidadãos, além daqueles comprometidos com o futuro democrático.


Ana Claudia Donner Abreu é doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O post A reinvenção da democracia na era da inteligência artificial. Por Ana Abreu apareceu primeiro em Upiara.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.