

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, tentam acordo sobre IOF – Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (9) que o Congresso Nacional não tem “compromisso” firmado para aprovar uma nova medida provisória (MP) que deve ser enviada pelo governo federal. A proposta pretende substituir o recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), suspenso após críticas de parlamentares e do mercado.
A declaração foi dada um dia depois de uma reunião entre Motta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que discutiram formas de compensar a arrecadação que seria gerada com o aumento do IOF.

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS – PB) – Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
“Não há compromisso do Congresso com a aprovação dessa MP. O governo vai enviar a proposta para evitar um contingenciamento ainda maior”, explicou Motta, durante evento sobre orçamento público e justiça tributária.
Segundo Haddad, se o decreto que elevava o IOF for totalmente revogado, o impacto pode ser de até R$ 50 bilhões em bloqueios no orçamento. Para amenizar isso, o governo quer implementar novas medidas fiscais que compensem os R$ 20 bilhões que seriam arrecadados com o imposto em 2025.

Segundo Haddad, se o decreto que elevava o IOF for totalmente revogado, o impacto pode ser de até R$ 50 bilhões em bloqueios no orçamento. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Alternativas ao aumento do IOF
Entre as medidas propostas pelo governo para substituir o aumento do IOF, estão:
- Taxar apostas esportivas com uma alíquota maior de 18% sobre o lucro (antes era 12%);
- Fim da isenção de imposto de renda para investimentos como LCI e LCA, com nova alíquota de 5%;
- Igualar a tributação de fintechs com a dos bancos tradicionais, elevando a CSLL para até 20%.
O objetivo, segundo o ministro Haddad, é rever benefícios fiscais considerados excessivos e corrigir distorções no sistema tributário.
Revisão de gastos tributários
O governo também propôs reduzir em 10% os chamados gastos tributários de natureza infraconstitucional, que são isenções fiscais que não estão protegidas pela Constituição e, portanto, podem ser alteradas com mais facilidade. Hoje, esses benefícios somam cerca de R$ 800 bilhões por ano.
A expectativa é de que o Congresso discuta essas propostas nas próximas semanas.
*Com informações de R7