IBGE: Brasil tem recorde de evangélicos e menor número de católicos da história

O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma transformação profunda no panorama religioso do Brasil.

Entre 2010 e 2022, a proporção de católicos apostólicos romanos na população de 10 anos ou mais registrou uma redução de 8,4 pontos percentuais, caindo de 65,1% para 56,7%. Simultaneamente, o número de evangélicos cresceu 5,2 pontos percentuais, saindo de 21,6% para 26,9% da população.

O grupo de pessoas que se declararam sem religião também apresentou crescimento, chegando a 9,3% do total.

Em termos absolutos, o número de católicos passou de 105,4 milhões em 2010 para 100,2 milhões em 2022, enquanto o de evangélicos saltou de 35 milhões para 47,4 milhões. Os brasileiros sem religião somaram 16,4 milhões em 2022, sendo a maioria (56,2%) homens.

Outras fés incluem os espíritas, que viram sua proporção diminuir ligeiramente de 2,2% para 1,8%, e os praticantes de Umbanda e Candomblé, cuja participação cresceu de 0,3% para 1,0%. As tradições indígenas representaram 0,1% das declarações.

Católicos ainda são maioria

Apesar da queda nacional, o catolicismo permaneceu majoritário em todas as grandes regiões do país em 2022, com as maiores concentrações no Nordeste (63,9%) e Sul (62,4%). Os evangélicos, por sua vez, são mais prevalentes no Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%).

O Piauí tem a maior proporção de católicos (77,4%) e a menor de evangélicos (15,6%), enquanto Roraima e Rio de Janeiro registraram as menores proporções de católicos, com 37,9% e 38,9%, respectivamente.

A maior proporção de pessoas sem religião foi registrada em Roraima (16,9%) e Rio de Janeiro (16,9%). A Região Sudeste concentra a maior parte dos espíritas (2,7%), umbandistas/candomblecistas (1,4%), sem religião (10,5%) e outras religiosidades (4,9%).

Faixa etária

Observando a distribuição por faixa etária, os evangélicos mostram um perfil mais jovem, com a maior proporção, de 31,6%, na faixa de 10 a 14 anos. Os católicos, em contraste, são mais numerosos nos grupos de idade avançada, representando 72,0% dos indivíduos com 80 anos ou mais.

Entre as pessoas sem religião, a maior proporção está entre 20 e 24 anos com 14,3%. Pessoas de cor ou raça amarela exibiram as maiores proporções de espíritas (3,2%), outras religiosidades (13,6%) e sem religião (16,2%).

No quesito educação, os espíritas destacaram-se com os menores percentuais de indivíduos sem instrução e com ensino fundamental incompleto, sendo 11,3%, e o maior percentual de nível superior completo com 48,0%, entre os grupos religiosos.

As maiores taxas de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais foram encontradas entre as pessoas de tradições indígenas com 24,6%, e católicos apostólicos romanos com 7,8%.

Fonte: CNN Brasil

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