Caso Viúva Negra: confira o que disse Júlio Cezar, primeiro réu a ser ouvido no júri desta sexta-feira

Viúva Negra

Acusado de arquitetar, ao lado de Elisa Zierke dos Passos, o assassinato do empresário de Brusque, Edinei da Maia, o réu Júlio Cezar Durgo Sothe prestou depoimento perante o júri no início da tarde desta sexta-feira, 6.

Ele é réu neste primeiro julgamento ao lado de Kauê Hans Becker e Robson de Amorim. O jornal O Município acompanha a sessão presencialmente para as atualizações do caso.

Em seu depoimento, Júlio alegou que nunca teve o objetivo de arquitetar a morte de Edinei, mas sim de extorquir a esposa do empresário, Elisa, também acusada de arquitetar o crime. A viúva não será julgada neste primeiro momento.

O acusado afirmou que a mulher queria matar o marido e que teria pedido ajuda para ele para concretizar o crime. Porém, disse que, durante meses, alimentou uma fantasia criminosa na qual criava supostas equipes operacionais de facções criminosas para extorquir dinheiro da mulher.

Equipes “fakes”

Ele explica que criou um grupo “fake” no WhatsApp com ela e outros contatos dele. Ele se passava por personagens ligados a uma suposta facção criminosa e prometia, se passando por eles, que mataria Edinei, porém, que precisava de dinheiro.

“Meu objetivo era só pegar o dinheiro dela. Consegui R$ 37 mil com isso. Edinei foi meu patrão e eu não tinha nada contra ele. Inclusive, reuni em um pendrive provas que mostram que ela queria matar ele. Queria entregar esse pendrive para ele para que ele percebesse que ela o queria morto, mas não deu tempo”.

Segundo ele, as chamadas “equipes 042 e 047” (que pertenciam as falsas facções) nunca existiram, mas serviram como instrumento de manipulação emocional e psicológica.

“Eu inventei essas equipes e ela acreditava que estavam em ação. Dizia que a 042 já estava na pista, e ela acreditava que o plano estava prestes a acontecer”, declarou Júlio.

Ele afirmou ainda que, quando surgiam dúvidas ou atrasos, colocava a culpa na mulher, apontando supostas “falhas dela” para justificar o fracasso do plano.

Ao longo do tempo, segundo ele, o discurso da mulher foi revelando uma motivação cada vez mais clara: o dinheiro. Diferente do que ela teria dito pra ele anteriormente: que Edinei batia e estuprava ela e os filhos. Essa alegação foi considerada sem fundamento durante as investigações.

Otávio Timm/O Município

Júlio relata que, na terceira tentativa de colocar o plano em prática, percebeu que o objetivo principal dela era eliminar Edinei para ficar com o patrimônio.

“Ela dizia que, quando conseguisse, ia colocar silicone, viajar pelo mundo, ficar com a família, fazer tudo o que não podia naquele momento. Foi aí que percebi que ela queria apenas eliminar ele por causa do dinheiro”, contou.

Apesar de admitir que as ações tinham caráter criminoso, Júlio afirma que não chegou a elaborar um plano concreto. Ele reconhece, no entanto, que errou ao falar sobre o golpe que aplicava com Patrick, um dos acusados. Ele conheceu Patrick através de uma indicação de um conhecido.

“Ele se encontrou com Elisa em um motel e revelou que eu estava aplicando um golpe nela. Ele disse que ela colocou R$ 50 mil pela minha cabeça e que ela era perigosa. Porém, infelizmente, ele colocou o plano em prática (execução de Edinei) e eu fiquei sabendo só depois quando ele me ligou. Na ligação, ele tinha dito que o ‘plano estava feito’ e que tinha R$ 100 mil pra me dar pois ela teria dado o dobro pra ele. Eu nunca acreditei e nunca me encontrei com ele depois disso”.

De acordo com o depoimento, o caso teria envolvido pelo menos três ou quatro tentativas frustradas ao longo de um certo tempo. Júlio diz que, a cada nova tentativa, criava um “novo decreto” com pequenas alterações no plano, incluindo o número de envolvidos e a forma como o crime seria executado.

Questionado se sabia que Edinei estava morto desde o desaparecimento, Júlio respondeu que suspeitava. “Fiquei paranoico, achando que poderiam vir me matar a qualquer momento. Passei dias trancado em casa”, relatou.

Júlio foi preso no dia 20 de junho, por força de um mandado de prisão expedido pela Justiça. Na ocasião, os celulares dele e da esposa foram apreendidos pela polícia.

“Se eu soubesse que terminaria desse jeito, não teria aplicado o golpe nela. Eu gostava do Edinei e da família dele”.

Ao ser questionado se extorquiu Elisa depois do crime, alegações levantadas pela Polícia Civil e Ministério Público, ele negou. Ele também negou que distribuiu valores para Patrick ou para qualquer outro envolvido no crime.

Edinei foi brutalmente agredido na cabeça e no tórax. Após sua morte, o corpo foi enterrado. O cadáver foi localizado quase três meses e 23 dias depois, em 15 de junho de 2024, enrolado por cordas e em avançado estado de decomposição, fato que impossibilitou a determinação exata da causa da morte.

A cobertura completa e atualizações em tempo real podem ser acompanhadas pelo O Município.

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