Opinião | A autonomia catarinense x centralização de Brasília

Sabidamente, a algumas décadas, o estado de Santa Catarina vem se tornando uma das unidades da federação menos dependentes do poder central, seja com recursos financeiros ou em empregabilidade/políticas públicas, fatores gerados por uma diversidade econômica presente na distinção das regiões catarinenses. 

Em outros textos que comentei sobre Santa Catarina, especifiquei com mais detalhes as características econômicas de cada região, fruto, claro, da territorialização de cada localidade. A imigração presente em todas as regiões do estado, diversificaram a economia, assim como enriqueceram a cultura, afetando de forma diversa e positiva a sociedade e a economia estadual.

Tanto a diversidade cultural, bem como as suas consequências, é o caso das características econômicas de cada região do estado, fazem com que o Santa Catarina tenha mais liberdade social e econômica e assim não precisando recorrer ao poder central com a frequência da maioria das demais unidades da federação.

Um dado importante e que corrobora com as afirmações dos parágrafos anteriores, é a taxa de desemprego, conforme apurado no portal G1 a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), Santa Catarina tem a menor taxa de desocupação do país, com 3,0%, portanto, em situação de pleno emprego. Muitos trabalhadores de outras regiões do país e da América do Sul, ao longo dos últimos anos, tem procurado o estado em busca de oportunidades profissionais e aqui se instalam, enriquecendo ainda mais nossa cultura e mão de obra.

O aspecto que bem caracteriza a ideia deste texto está na própria atividade de gestão e condução de políticas públicas do estado, sabemos que nunca existiu perfeição, é importante ressaltar, porém, analisando os últimos 22 anos, observa-se algo singular. Mesmo estando os governos do estado na oposição ao governo federal, como é o caso de agora e de 2003 até 2017, o estado consegue empreender obras de infraestrutura e atingir, na maioria dos indicadores, índices sociais e econômicos acima da média nacional, como é o caso do exemplo da taxa de ocupação citada acima. Portanto a descentralização originada da diversidade e da liberdade econômica, criaram e vem sendo fortalecida, uma “independência” da gestão e de muitas decisões de Brasília.

Professor Leonardo Furtado, doutor em Desenvolvimento Regional

Adicionar aos favoritos o Link permanente.