Decisão do BCE Derruba o Dólar, Que Chega Ao Menor Patamar desde Outubro

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As incertezas em relação ao que o Governo Federal fará em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) estão mantendo o apetite por ativos de risco em baixa no mercado doméstico. Enquanto isso, no exterior, a mais nova polêmica do presidente americano, Donald Trump, pressionou Wall Street. Ao longo desta quinta-feira (5), ele e Elon Musk trocaram farpas e acusações na rede social X. Enquanto o embate entre ambos ganhou força, o conflito comercial com a China foi arrefecido, com avanço das negociações entre os países

Nas redes sociais, Trump afirmou que falou com o presidente da China, Xi Jinping, a respeito das tensões comerciais entre os países. O presidente americano afirmou que a conversa levou a “uma conclusão muito positiva”, anunciando que mais discussões devem ocorrer. A notícia foi bem recebida pelos investidores, impulsionando moedas de exportadores de commodities como o real.

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que o corte de juros deve passar por um período de pausa. “No nível atual, acreditamos que estamos em uma boa posição para navegar pelas circunstâncias incertas que virão”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em uma coletiva de imprensa, destacando que não se “comprometeria previamente” com uma trajetória para os juros. A expectativa de manutenção dos juros pelo BCE no próximo encontro de política monetária reforçou perspectiva de que o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos não vai aumentar.

Com tudo isso no radar, o Ibovespa recuou 0,56%, a 136.236,37 pontos. O dólar à vista também fechou no vermelho, com expressiva queda de 1,03%, sendo cotado a R$ 5,58, a menor cotação desde outubro de 2024. Em Wall Street, o S&P 500 recuou 0,53%, com a queda nas ações da Tesla compensando notícias de progresso nas negociações comerciais entre EUA e China. O rendimento do título de dez anos do Tesouro dos Estados Unidos subia a 4,3985% no final da tarde.

Nova turbulência

A nova “batalha” de Trump avança contra um até então forte apoiador. O bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e de outras grandes empresas, foi parte do governo, sendo chefe do Departamento Federal de Eficiência Governamental (DOGE). Durante o dia, o CEO da Tesla repostou uma série de declarações de Trump, criticando-as. O ataque ocorreu após o presidente americano declarar, durante reunião no Salão Oval com o chanceler alemão Friedrich Merz, que o bilionário estaria insatisfeito com ele e que Musk sofre de uma “síndrome de aversão a Trump.”

Em respostas, o CEO da Tesla afirmou que o presidente americano não teria garantido um segundo mandato sem seu apoio. A troca de farpas é mais uma escalada da briga entre os dois, iniciada após sua saída do governo dos EUA, no final de maio. O fundador da Tesla criticou pacote de leis da gestão Trump. Além disso, ele tem feito outros ataques pessoais ao presidente e afirmou que as tarifas impostas pelo republicano levarão os Estados Unidos a uma recessão no segundo semestre do ano.

Descontente com as declarações do ex-braço direito, o presidente americano chegou a afirmar que o governo deveria considerar encerrar todos os contratos governamentais do bilionário, o que afetaria principalmente a SpaceX.
Na semana passada, Musk também criticou o novo pacote de gastos do presidente americano.

Destaques

– BRADESCO PN caiu 2,92%, em mais um pregão de realização de lucros, com o ganho no ano até a véspera alcançando 50%. ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,22%, SANTANDER BRASIL UNIT recuou 0,31%, enquanto BANCO DO BRASIL ON fechou com decréscimo de 0,49%.

– SUZANO ON avançou 6,31%, após anunciar acordo para formar uma joint-venture global com a Kimberly-Clark em que vai investir US$1,7 bilhão para ter 51% de participação em uma operação que envolve 22 fábricas de papéis sanitários, conhecidos como tissue, no mundo. A companhia brasileira terá opção de comprar futuramente os 49% restantes da joint-venture.

– HAPVIDA ON recuou 5,92%, após dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de abril mostrarem queda no número de clientes dos planos de saúde da companhia, de 28 mil em relação a março, na contramão de outros grupos do setor, como SulAmérica, da Rede D’Or, Amil, Porto Seguro e Bradesco Saúde.

– GERDAU PN valorizou-se 3,47%, endossada por upgrade do Bank of America, com os analistas do banco elevando a recomendação das ações para compra” e o preço-alvo de R$R$17,50 para R$22. No setor, CSN ON encerrou com declínio de 0,72% e USIMINAS PNA cedeu 0,96%, tendo ainda no radar dados de produção de veículos no Brasil.

– TOTVS ON fechou em baixa de 2,28%, tendo como pano de fundo relatório do UBS BB com corte na recomendação da ação para neutra, mas alta do preço-alvo de R$ 43,00 para R$49,00. Também no radar está notícia do Valor de que a empresa de tecnologia contratou o Morgan Stanley para vender sua participação na Dimensa.

– B3 ON recuou 2,65%, com analistas do Citi também cortando a recomendação da ação para “neutra”, conforme relatório no final da quarta-feira, citando a forte valorização desde o começo do ano e avaliando que o dividend yield agora parece menos atrativo. Em relatório mais cedo na quarta-feira, o Goldman Sachs também cortou a recomendação para neutra.

– MINERVA ON subiu 4,9%, em dia de recuperação após tombo de mais de 7% na véspera. Na contramão, MARFRIG ON caiu 1,86%, enquanto JBS ON ganhou 0,6% e BRF ON fechou estável.

– PETROBRAS PN fechou com variação positiva de 0,03%, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, uma vez que persistem receios sobre eventuais medidas do governo envolvendo o setor para melhorar as contas públicas. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou em entrevista à Reuters nesta quinta-feira que a Petrobras planeja tornar a África sua principal região exploratória de petróleo e gás fora do Brasil.

– VALE ON subiu 0,27%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,14%.

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