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A Alemanha é o país mais populoso da Europa e uma das maiores economias do mundo. O país reúne castelos medievais, mercados de Natal e vilarejos históricos integrados a grandes cidades modernas. Mas até onde o dinheiro pode ir para quem vive lá? E o que significa ter riqueza no país?
Em 2024, a Alemanha foi o sexto país mais pesquisado no site Numbeo por norte-americanos interessados em visitá-la ou se mudar para lá. No mesmo ano, o ranking geral da U.S. News colocou o país na sétima posição entre os melhores do mundo — mesma colocação obtida em 2023. A posição elevada se deve à influência global da Alemanha, ao empreendedorismo, à qualidade de vida e ao compromisso social.
Nos Readers’ Choice Awards 2024 da Condé Nast Traveler, a Alemanha apareceu na 19ª colocação entre os 20 melhores países, com destaque para sua diversidade e a integração entre o antigo e o novo. Um exemplo citado é a combinação de spas de alta tecnologia com fontes termais utilizadas desde os tempos dos celtas pré-romanos. Viajantes percorrem florestas centenárias e paisagens históricas, voltando ao aeroporto em trens movidos a hidrogênio, que emitem apenas vapor e água condensada.
Entre as regiões específicas, o Vale do Ahr foi incluído na lista dos 25 melhores destinos para 2025 da CNTraveler, devido à produção de vinho e às trilhas com belas paisagens.
Em relação às cidades, Berlim ficou na 23ª posição global no ranking 50 Best Cities 2025 da Time Out. O destaque foi a vida noturna, mas também os aspectos relacionados à qualidade de vida: áreas verdes, ciclovias, florestas e o sistema eficiente de transporte público. A cena gastronômica e de vinhos orgânicos da cidade também foi valorizada — 82% dos moradores consideram seus restaurantes “bons” ou “excelentes”. A publicação relembrou o antigo lema de que Berlim era “pobre, mas sexy”, mas destacou que hoje a cidade é apenas “sexy”.
Salário médio anual na Alemanha
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 38 países — incluindo Estados Unidos, Reino Unido, México, Colômbia, Nova Zelândia e Austrália — aponta que a Alemanha supera a média dos demais membros em diversos indicadores econômicos, educacionais e de saúde.
O país se destaca nas áreas de emprego, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, educação, segurança, engajamento cívico, satisfação com a vida e qualidade ambiental. As emissões de gases de efeito estufa per capita vêm caindo desde 2010, e o uso de energias renováveis está em expansão.
Segundo a OCDE, a renda anual média disponível per capita, ajustada ao custo de vida, é de US$ 38.971 (R$ 233,8 mil), acima da média da organização, de US$ 30.490 (R$ 182,9 mil).
Um levantamento da Euronews feito em 2023 aponta que o rendimento líquido médio anual de uma pessoa solteira sem filhos era de US$ 43,3 mil (R$ 260,3 mil), também acima da média da União Europeia, de US$ 32,1 mil (R$ 192,9 mil).
Custo de vida na Alemanha
Comparado a outros países desenvolvidos, o custo de vida na Alemanha é semelhante ao de Estados Unidos, Reino Unido e França. Veja a média mensal de gastos individuais, sem incluir aluguel:
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Suíça: US$ 1,6 mil (R$ 9,9 mil)
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França: US$ 1,2 mil (R$ 7,2 mil)
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EUA: US$ 1.166 (R$ 7 mil)
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Alemanha: US$ 1.139 mil (R$ 6,8 mil)
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Reino Unido: US$ 1.095 mil (R$ 6,5 mil)
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Canadá: US$ 1.023 mil (R$ 6,1 mil)
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Itália: US$ 905 (R$ 5,4 mil)
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Letônia: US$ 874 (R$ 5,2 mil)
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Grécia: US$ 832 (R$ 4,9 mil)
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Malta: US$ 801 (R$ 4,8 mil)
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Espanha: US$ 731 (R$ 4,3 mil)
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Tailândia: US$ 650 (R$ 3,9 mil)
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México: US$ 637 (R$ 3,8 mil)
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Portugal: US$ 592 (R$ 3,5 mil)
Com o acréscimo do aluguel, a Alemanha mostra-se 13% mais cara que a França por metro quadrado, mas ainda cerca de 40% mais barata que os Estados Unidos em termos gerais. Contudo, alugar um imóvel pode ser desafiador nas grandes cidades alemãs, devido à baixa oferta, à cultura de contratos de longo prazo e à menor valorização da casa própria em comparação com outros países europeus.
Patrimônio líquido médio e dos 10% mais ricos na Alemnha
O UBS Global Wealth Report 2023 mostrou que, em 2022, o patrimônio médio por adulto na Alemanha era de US$ 256 mil (R$ 1,54 milhão). Segundo a Statista, o patrimônio financeiro per capita das famílias em 2023 foi de cerca de US$ 108 mil (R$ 648 mil).
De acordo com o Deutsche Bundesbank, para integrar os 10% mais ricos da Alemanha em 2021, seria necessário ter um patrimônio líquido de US$ 825 mil (R$ 4,95 milhões) ou 726 mil euros (R$ 4,64 milhões).
Já para estar entre o 1% com maior renda, era preciso receber mais de US$ 284 mil (R$ 1,71 milhão) por ano.
A Alemanha reúne 4% dos milionários do mundo. Em 2022, ocupava o terceiro lugar global em número de pessoas com patrimônio muito elevado (UHNW): ao fim de 2023, 9.100 indivíduos tinham mais de US$ 100 milhões (R$ 600 milhões) em ativos.
Visto para nômades digitais e visto dourado
A Alemanha não exige renda mínima mensal para quem solicita vistos voltados a nômades digitais, mas é importante considerar o custo de vida, que tende a ser mais alto que o de outros países europeus. Uma das opções disponíveis é o visto Freiberufler, para profissionais autônomos, com validade de até três anos.
Com uma economia sólida, boa qualidade de vida e tradição em inovação, a Alemanha continua sendo um destino atrativo tanto para turistas quanto para quem busca residência. Os salários médios elevados e os serviços públicos eficientes são reflexo de seu bom desempenho em rankings da OCDE. Apesar de os preços serem semelhantes aos de outras nações ocidentais, o país apresenta vantagens no custo de vida, especialmente quando se inclui o valor dos aluguéis.
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