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A penúltima semana de maio começou norteada pela decisão da agência Moody’s, publicada na sexta-feira (16), que rebaixou a nota de crédito dos EUA de “Aaa” para “Aa1”, o que vem favorecendo o recuo do dólar e o mercado de países emergentes, como o Brasil. Por aqui, as falas do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, repercutiram positivamente entre os investidores e impulsionaram a entrada de ativos estrangeiros.
Os movimentos desta sessão tiveram como pano de fundo as perdas generalizadas do dólar nos mercados globais, onde recuava frente a pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno. No final do desta segunda-feira (19), a moeda americana à vista registrou recuo de 0,25%, cotada a R$ 5,6549, chegando ao segundo pregão seguido em baixa.
Já o Ibovespa renovou sua máxima histórica, somando 139.636,41 pontos, uma alta de 0,32%. No melhor momento intradia, o índice chegou a 140.203,04 pontos. O volume financeiro total foi de R$ 20,95 bilhões. Enquanto em Wall Street, os pregões se afastaram das mínimas do dia, com o S&P 500 fechando com acréscimo de 0,09%, o que endossou o viés comprador na bolsa paulista.
Treasuries avançaram
O rebaixamento da Moddy’s fez com que os agentes financeiros elevassem os prêmios de risco da maior economia do mundo, provocando ganhos nos rendimentos dos Treasuries e perdas do dólar, conforme investidores buscavam se desfazer algumas de suas posições compradas nos ativos dos EUA.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,42%, a 100,340. Apesar disso, no início da sessão, o dólar acumulou ganhos no Brasil, em uma espécie de aversão inicial à nova avaliação dos ativos americanos. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,6903 (+0,38%), às 9h42. No entanto, ainda no período matutino, o dólar enfraqueceu e voltou à estabilidade. Já a mínima foi R$ 5,63215 (-0,65%), às 12h23.
Declarações de Galípolo
Além do enfraquecimento da moeda americana, o real foi impulsionado pelas declarações do presidente do BC em evento do banco Goldman Sachs, em São Paulo, quando defendeu a manutenção da taxa de juros em patamar restritivo por um tempo mais prolongado do que o usual.
Galípolo ainda sinalizou que os membros da autarquia continuam dependentes de dados e que não fornecerão forward guidance (orientação futura) no momento. Com base nisso, o mercado entende que, com a garantia de juros restritivos por um tempo prolongado, o diferencial de juros entre Brasil e outros países continua favorável para a moeda brasileira, gerando ganhos para o real ao longo da sessão.
As declarações ainda teriam indicado comprometimento da autarquia com a perseguição da meta de inflação, um fator positivo para os ativos brasileiros maior entrada de capital estrangeiro no país.
“A fala de Galípolo foi interpretada como uma sinalização clara de que a taxa de juros será mantida em território restritivo pelo tempo que for necessário para conter pressões inflacionárias”, disse José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos.
Destaques
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 1,19%, em dia mais positivo para o setor no Ibovespa, BRADESCO PN avançou 0,91%, SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 1,49% e BTG PACTUAL UNIT valorizou-se 1,4%. BANCO DO BRASIL ON destoou e caiu 2,45%, ainda sob efeito da decepção com os números do primeiro trimestre.
– JBS ON subiu 3,06%, com investidores na expectativa de assembleia de acionistas no próximo dia 23 para decidir sobre a dupla listagem, que muitos no mercado veem como um evento que deve destravar valor relevante nas ações. Analistas do JPMorgan reiteraram overweight, avaliando que o plano será aprovado.
– LOJAS RENNER ON avançou 2,62%, também na ponta positiva, em meio ao alívio nas taxas de DI. O índice do setor de consumo fechou com elevação de 0,58%.
– MARFRIG ON caiu 6,42%, após fechar com um salto de 21,35% no último pregão, em meio ao anúncio de que pretende incorporar a BRF. BRF ON perdeu 1,35%, tendo ainda no radar a suspensão de importações de carne de frango do Brasil por vários países após caso de gripe aviária. Ainda no setor de proteínas, MINERVA ON ganhou 0,19%.
– YDUQS ON avançou 2,47%, tendo como pano de fundo decreto que regulamenta a nova política de ensino a distância (EaD), vedando essa modalidade nas áreas de direito, medicina, odontologia, enfermagem e psicologia. O texto também reduz a 30% o limite no formato EaD para cursos presenciais e cria o modelo semipresencial. COGNA ON cedeu 2,22%.
– VALE ON recuou 0,27%, acompanhando o comportamento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 0,89%, a 722,5 iuanes (R$ 566,85) a tonelada.
– PETROBRAS PN fechou em baixa de 0,12%, em meio a variações modestas do petróleo no exterior, onde barril do Brent subiu 0,2%. A estatal também divulgou nesta segunda-feira que assinou um contrato com a Subsea7 <SUBC.OL> para a engenharia, aquisição, construção e instalação submarina (EPCI) para o Projeto Búzios 11, no valor de R$ 8,4 bilhões.
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