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A JBS, maior produtora global de carnes, registrou um lucro líquido em linha com as expectativas de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre, um salto de 77,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, diante de resultados favoráveis nas unidades de aves e suínos no Brasil e nos Estados Unidos.
A brasileira Seara e americana Pilgrim’s tiveram os melhores resultados da história para um primeiro trimestre, o que ajudou a compensar o desempenho da unidade de carne bovina da empresa nos Estados Unidos, onde a JBS vem enfrentando um ciclo pecuário desafiador, com menor oferta de gado e alta nos custos.
O indicador ajustado da JBS para o lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (Ebitda) avançou 38,9% para R$ 8,9 bilhões, com margem de 7,8%. O resultado líquido veio em linha com a previsão de analistas, segundo pesquisa da LSEG, que projetou também R$ 8,77 bilhões para o Ebitda ajustado.
Além dos investimentos e das estratégias para obter margens “robustas”, o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, citou a plataforma diversificada em proteínas e regiões para enfrentar momentos de “incertezas”, como os gerados pela guerra comercial. “Estamos presentes com unidades fabris em 17 países, então somos locais em cada país, nos EUA, no México, Canadá e na Europa”, disse Tomazoni, acrescentando que isso permite à companhia contornar as situações mais difíceis. Ele afirmou que, caso a companhia tenha sido afetada pela guerra comercial, isso não teria um impacto significativo no resultado.
O executivo também destacou que a operação dos EUA, a maior da JBS, exporta relativamente pouco para a China em relação a outros países onde a companhia também atua, como Brasil e Austrália. “O Brasil é a maior base (exportadora), porque exporta frango, bovinos e suínos. A Austrália exporta bastante bovinos, apenas”, disse.
“É um trimestre que a gente consome caixa, mas mesmo assim tivemos um crescimento de receita, de Ebitda e lucro”, disse o diretor financeiro da JBS, Guilherme Cavalcanti. Ele ainda destacou que a companhia conseguiu terminar o trimestre com a alavancagem abaixo de 2 vezes em dólar, versus 3,66 vezes no mesmo período do ano passado, ao diminuir sua dívida líquida em US$ 1,1 bilhão (R$ 6,16 bilhões) na comparação anual, para US$ 14,8 bilhões (R$ 82,88 bilhões). “Todos os nossos negócios, exceto Beef nos Estados Unidos, tiveram boa performance”, afirmou.
Nos EUA, a unidade de carne bovina da JBS, a maior do grupo em receita, com R$37,5 bilhões, teve um Ebitda ajustado negativo de R$587,2 milhões, com margem negativa de 1,6%. Já a receita líquida total da JBS atingiu R$114,1 bilhões, 28% superior quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado.
Frangos
A Pilgrim’s, que tem foco em frango na América do Norte, registrou o seu melhor primeiro trimestre da história, com o Ebitda ajustado somando R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 56% em relação a janeiro a março de 2024. Na mesma comparação, a margem Ebitda avançou 3,3 pontos percentuais e fechou em 14,8%. “O resultado reflete a estratégia de manter margens robustas, impulsionadas por ganhos operacionais e parcerias estratégicas com clientes-chave”, disse a JBS.
A brasileira Seara, unidade de processados, carne de frango e suína da JBS, também teve seu melhor primeiro trimestre da história. O Ebitda ajustado alcançou R$ 2,5 bilhões, com margem de 19,8%, crescimento de 109% e 8,2 pontos percentuais, respectivamente. A Seara tem investido em inovações e novas tendências, incluindo lançamento de snacks em parceria com a Netflix e os produtos para air fryer.
Em termos de custos com insumos, como milho e soja, que impactam os resultados das unidades de frango e suínos, o CEO citou que eles aumentaram em relação ao quarto trimestre, mas mesmo assim a companhia conseguiu ter boa margem. “A Seara conseguiu aumentar a margem, porque ela está se beneficiando das melhorias estruturais que foram feitas e estão sendo feitas”, destacou Tomazoni, lembrando que no caso do milho, os preços cederam no Brasil recentemente.
O executivo também projeta custos bastante controlados, com uma grande safra no Brasil e, caso se confirme, uma grande safra nos EUA em 2025. A JBS Brasil, que tem foco em carne bovina, apresentou alta de 19% Ebitda ajustado, para R$ 766,1 milhões. A margem Ebitda do período ficou em 4,1%.
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