Por Gustavo Roweder, CEO da Opera Capital e da Faucon Empreendimentos.
O Brasil encerrou 2024 com um crescimento de 3,4% no PIB, puxado pelo agronegócio, indústria de transformação e serviços. Foi o melhor desempenho desde 2021 — e, diante das incertezas globais, o resultado anima. Mas uma variável essencial para o crescimento sustentável segue estagnada: a produtividade.
Embora o PIB tenha subido, a produção por hora trabalhada caiu 0,3%. Em outras palavras, o país cresceu, mas não avançou na capacidade de fazer mais com os mesmos recursos.
Esse dado carrega um alerta importante para empresas que buscam escalabilidade e competitividade: crescer sem elevar a produtividade significa consumir mais tempo, mais estrutura e mais pessoas — com margens muitas vezes menores. Isso dificulta a atração de investimentos, compromete a eficiência e limita o crescimento sustentável.
É um tema que pode parecer técnico, mas tem implicações diretas no dia a dia de quem lidera negócios. E, na minha visão, a resposta está nas pessoas.
Produtividade não nasce de metas agressivas ou planilhas sofisticadas. Ela é construída por equipes bem-preparadas, motivadas e alinhadas a um propósito. Empresas que investem em qualificação, clareza de processos e autonomia constroem uma cultura de eficiência genuína. Não se trata de pressionar por mais entrega, mas de criar o ambiente certo para que ela aconteça.
Na prática, temos visto isso com clareza. Quando o colaborador entende seu papel, se sente parte do processo e é reconhecido, ele se torna um agente de transformação. Isso impulsiona resultados, reduz desperdícios e promove inovação — com um custo de coordenação muito menor.
Está na hora de repensar o modelo de crescimento que temos perseguido. Não basta expandir receita ou mercado. É preciso garantir que o avanço venha com inteligência operacional, consistência e sustentabilidade.
No fim das contas, produtividade é — acima de tudo — um desafio humano. E quem entende isso tem saído na frente.
O post A produtividade como estratégia: por que o futuro das empresas depende das pessoas apareceu primeiro em Economia SC.